Papa batizou 16 bebés e sublinhou importância de guardar "identidade cristã"
09-01-2022 - 16:45
 • Ecclesia

Francisco pediu que pais deixassem crianças à vontade, durante celebração na Capela Sistina. Inaugurada pelo Papa Júlio II em 1512, a Capela acolhe, desde 1983, a Missa com o Batismo de crianças, por decisão do Papa João Paulo II.

O Papa presidiu este domingo à Missa na Capela Sistina, com o Batismo de 16 bebés, assinalando o final do tempo litúrgico do Natal, pedindo aos pais e padrinhos que guardem, todos os dias, esta “identidade cristã”.

“Receber a identidade cristã: é isto, simplesmente. Os vossos filhos recebem hoje a identidade cristã. E vos, pais e padrinhos, devem custodiar esta identidade, este é o vosso trabalho, durante a vida: custodiar a identidade cristã dos vossos filhos”, referiu Francisco, numa homilia improvisada, de três minutos, no dia da festa do Batismo do Senhor.

Em 2021, este momento de celebração na Capela Sistina acabou por ser anulado, por causa da pandemia da Covid-19.

A intervenção começou por evocar um hino litúrgico da festa do Batismo do Senhor, no qual se refere que o Povo de Israel ia ao Rio Jordão com os pés e a alma “descalços”.

“Uma alma que queria ser banhada por Deus, que não tinha nenhuma riqueza, que tinha necessidade de Deus”, precisou Francisco.

O Papa destacou que a preservação desta identidade é um trabalho de “todos os dias”, através dos quais pais e padrinhos ajudam os recém-batizados a “crescer com a luz que recebem hoje”.

“Esta é a mensagem de hoje, custodiar a identidade cristã”, insistiu.

Francisco destacou que a cerimónia é “um bocadinho longa”, num ambiente estranho para as crianças, pedindo que estas fossem deixadas à vontade.

“Eles são os protagonistas da cerimónia, tentem que não tenham demasiado calor”, recomendou.

“Se tverem fome, deem-lhes leite, tranquilos, aqui diante do Senhor, não há problema. Se gritarem, deixem-nos gritar, porque eles têm um espírito de comunidade, digamos, de afinação, podemos dizer um espírito de banda, de estar juntos: basta que um comece, porque todos são musicais, e começa logo a orquestra”, disse ainda.

A Capela Sistina, inaugurada pelo Papa Júlio II em 1512, acolhe desde 1983 a Missa com o Batismo de crianças, por decisão do Papa João Paulo II.

A celebração, com vários gestos simbólicos próprios do sacramento, decorreu este ano com a colocação excecional de um altar alguns metros diante da representação do Juízo Final, de Michelangelo, em vez do antigo altar colocado sob a mesma – que levava o presidente a celebrar “versus Deum” e não de frente para a assembleia.

Ao longo de quase hora e meia, a celebração incluiu a invocação dos santos, a oração do exorcismo, a unção pré-batismal, a oração e a invocação sobre a água, a renúncia a Satanás e a profissão de fé, a aspersão com água benta, a unção com o óleo da Crisma, a entrega da veste branca e da vela acesa no Círio Pascal.

No final da celebração, o Papa Francisco parou para saudar cada família presente, com particular atenção aos mais pequenos.