A Web Summit e Lisboa estão numa relação (e é séria, muito séria)
10-11-2016 - 16:44
 • Celso Paiva Sol , Manuela Pires , Paulo Ribeiro Pinto

"Eles estão completamente arrasados", diz secretário de Estado. "Espectacular", exclama Marcelo. No dia de encerramento da cimeira, há um novo objectivo: chegar às 80 mil pessoas.

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Os bilhetes para a edição 2017 da Web Summit foram postos à venda na quarta-feira e só nas primeiras horas já foram vendidos mil bilhetes, revelou à Renascença o secretário de Estado da Indústria. João Vasconcelos faz um balanço positivo da cimeira, que termina esta quinta-feira, no Parque das Nações, em Lisboa.

“Este ano foram 52 mil [visitantes], mais ou menos, para o ano 80 mil”, afirma o governante. O executivo está “muito focado em garantir que este continua a ser o maior evento de empresas do mundo que não é de ‘trading'".

João Vasconcelos explica o que diz ser a diferença da Web Summit face às tradicionais feiras de negócios. “Nestes 'stands', ao contrário de outras feiras, ninguém está a comprar e a vender nada. Este é um evento de ‘networking’ [troca de contactos e informações entre empreendedores] em que se encontram pessoas. Há pessoas que vieram para aqui com reuniões de hora a hora já agendada há dois meses. É assim que se tira partido deste evento e é por isso que os bilhetes são tão caros, para as pessoas valorizarem este evento.”

A edição deste ano superou as expectativas do Governo. “São dezenas e dezenas de eventos paralelos, jantares… Há muita coisa a acontecer em 'halls' de entrada de hotéis, nas ruas do Bairro Alto, nas ruas do Cais do Sodré. Para mim e para o Governo, as expectativas foram superadas até antes de a Web Summit abrir”

“A maneira como Portugal recebeu esta gente é única. Eles estão completamente arrasados: não é só o sol, as infra-estruturas, a parte histórica da cidade que os apaixona (a Baixa, o Chiado, o Bairro Alto), é a maneira como os portugueses os receberam”, completa.

O Presidente da República, que visitou a cimeira esta quinta-feira, fala num “sucesso espectacular. Espectacular. Em pouco tempo puseram de pé uma realidade para milhares e milhares de pessoas”, disse.

“É uma loucura de 'start-ups' [novas empresas], muitas delas portuguesas. Cheias de futuro – ou cheias de passado já – e gente que vem de todo o mundo – incluindo do Cazaquistão. Vêm de todos os pontos do mundo e são bem recebidas em Portugal, até o tempo está bom. É uma oportunidade única para colocar o mundo cá e colocar Portugal no mundo.”

Os números de Paddy

O fundador da Web Summit reforça o tom destes discursos. Paddy Cosgrave afirma que não podia estar mais satisfeito com Lisboa. Em conferência de imprensa, Cosgrave fez um balanço positivo da primeira edição lisboeta da Web Summit e garante que em 2017 o número de participantes pode mesmo chegar aos 80 mil.

“Acho que não podemos competir como Papa tão cedo, em termos de escala de eventos, mas ainda há muito espaço para crescer aqui neste local , construído para a Expo [98]. Podemos chegar as 80 mil pessoas”, afirmou.

O fundador da Web Summit levou para este encontro com os jornalistas uma folha A4 cheia de números: a sessão de abertura foi vista por mais de um milhão de pessoas no Facebook; mais de cinco milhões assistiram através da internet aos vídeos da Web Summit; mais de 42% dos participantes são mulheres, mais do dobro do que ano passado (uma realidade diferente da que se registou no número de conferencistas portuguesas). “Não sei se é possível trazer mais mulheres a participar do que os 42, 43% deste ano, mas seria óptimo se as mulheres pudessem vir de África ou de pequenas empresas de todo o mundo.”

Paddy Cosgrave reconheceu ainda que o retorno para as “start-ups” portuguesas que participam este ano pela primeira vez na cimeira ainda vai demorar algum tempo a surgir.

O fundador da Web Summit vai regressar em breve a Portugal para uns dias de férias. Agora, só quer voltar a casa rapidamente para estar com o filho que nasceu há um mês.