Pelo menos 40 mortos em África devido ao novo coronavírus
22-03-2020 - 19:13
 • Lusa

Segundo uma contagem efetuada pela Lusa às 15h00 horas, o continente conta ainda com 128 recuperados, números que baixam o total de infeções ativas para 1.099.

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O continente africano regista já pelo menos 40 mortes devido ao novo coronavírus, ultrapassando os 1.250 casos em 43 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia da covid-19.

No total, estão contabilizados naquele continente 1.267 casos de infeção desde o início da pandemia, tendo o primeiro sido detetado em 14 de fevereiro, no Egito.

De acordo com o portal Worldometer, que compila quase em tempo real a informação da Organização Mundial de Saúde (OMS), dos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças de fontes oficiais dos países, de publicações científicas e de órgãos de informação, há registos de mortes pela covid-19 em dez países africanos: Egito, Argélia, Marrocos, Tunísia, Burkina Faso, Gabão, Sudão, Maurícias, Gana e República Democrática do Congo (RDCongo), tendo estes dois últimos registado as suas primeiras mortes.

Segundo uma contagem efetuada pela Lusa às 15h00 horas, o continente conta ainda com 128 recuperados, números que baixam o total de infeções ativas para 1.099.

A Argélia conta agora com 15 mortes e 139 casos de infeção pelo SARS-CoV-2, sendo o país africano com maior número de vítimas mortais causadas pela doença covid-19.

Ao mesmo tempo, o país é também o que regista maior número de recuperações: 65, tendo agora 59 casos ativos.

O Egito, que soma o maior número de casos de infeção em África (294), regista dez mortes, seguido por Burkina Faso, com quatro mortes (86 casos), e Marrocos e Tunísia, também com três mortes em 109 e 75 casos, respetivamente.

A República Democrática do Congo, com 23 casos, Gana, com 21, Maurícias, com 18, Gabão, com cinco e Sudão, com dois, registam todos uma vítima mortal.

Nas últimas horas foram anunciados mais de 150 novos casos em 14 países, incluindo Moçambique, Eritreia e Uganda, que apresentaram os seus primeiros casos.

Registaram também novos casos Essuatíni, Níger, Zâmbia, Tanzânia, Maurícias, Quénia, Etiópia, Nigéria, Burkina Faso, Tunísia e Marrocos.

Além dos países já referenciados, há casos de covid-19 na África do Sul, Senegal, Camarões, Gana, Ruanda, Costa do Marfim, Seicheles, Guiné Equatorial, República do Congo, Namíbia, Benim, Libéria, Mauritânia, República Centro-Africana, Chade, Djibouti, Gâmbia, Guiné-Conacri, Somália, Togo, Madagáscar e Zimbabué.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 271 mil pessoas em todo o mundo, das quais pelo menos 11.401 morreram.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se já por 164 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.

Moçambique tornou-se hoje o terceiro país africano de língua oficial portuguesa a registar casos de covid-19 no seu território, depois de casos em Angola e Cabo Verde.

Segundo um anúncio feito pelo ministro da Saúde moçambicano, Armindo Tiago, o infetado é “um moçambicano, com mais de 75 anos, que voltou de uma viagem ao Reino Unido em meados deste mês”.

O Ruanda foi um dos últimos estados africanos a decretar isolamento e a confinar a sua população para conter a propagação da pandemia no país.

A Etiópia recebeu este domingo 1,1 milhões de “kits” de teste, seis milhões de máscaras e 60 mil fatos de proteção, uma doação feita pelo multimilionário chinês Jack Ma.

O Zimbabué, que já tinha declarado a pandemia provocada pelo novo coronavírus como um “desastre nacional”, criticou hoje a “irresponsabilidade de muitos fiéis” que se dirigiram para igrejas na capital, Harare, apesar de o Governo ter proibido concentrações com mais de cem pessoas.

Nos últimos dias, a OMS tem manifestado a sua preocupação com surtos de covid-19 no continente africano, onde os sistemas de saúde não têm recursos para combater os efeitos da doença contagiosa.

Na semana passada, o diretor-geral da OMS, o etíope Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que “o melhor conselho para África é preparar-se para o pior”.

“Acredito que África deve despertar, o meu continente deve despertar”, acrescentou.