Arranca esta terça-feira, o festival de cinema IndieLisboa. O evento propõe mais de duas centenas de filmes, numa edição marcada pela resiliência e pela vontade de manter o ritual de ida ao cinema.
A 17.ª edição deveria ter ocorrido entre abril e maio, mas a pandemia do novo coronavírus obrigou a uma alteração de planos, com a direção a decidir remarcá-la para agora, mantendo a seleção que já estava traçada há vários meses.
A diferença é que esta edição terá menos sessões diárias, lotação reduzida e os espectadores terão de cumprir as regras de segurança e higiene impostas pela Direção-Geral da Saúde.
Às salas habituais que acolhem o IndieLisboa, como a Culturgest e o cinema São Jorge, haverá ainda uma sala ao ar livre, no terraço do Teatro Capitólio.
Até 5 de setembro, serão exibidos cerca de 240 filmes, abrindo com "La Femme de Mon Frère", a estreia na realização da atriz Monia Chokri.
Grande parte da programação já tinha sido anunciada, moldada em três grandes eixos marcados pelo sentido de "resiliência": Uma retrospetiva de toda a obra do realizador senegalês Ousmane Sembène, uma homenagem aos 50 anos da secção "Fórum" do festival de Berlim, e um ciclo dedicado à realizadora franco-senegalesa Mati Diop.
Foram ainda selecionados mais de 50 filmes da produção nacional, entre os quais "A Metamorfose dos Pássaros", de Catarina Vasconcelos, "O Fim do Mundo", do luso-suíço Basil da Cunha, "Fojos", documentário de Anabela Moreira e João Canijo, "A Arte de Morrer Longe", de Júlio Alves, e as curtas "O Cordeiro de Deus", de David Pinheiro Vicente, "A Mordida", de Pedro Neves Marques, e "Corte", de Afonso e Bernardo Rapazote.
A competição internacional contará com 12 longas-metragens e 31 'curtas', com a direção do IndieLisboa a destacar "a forte presença africana", nomeadamente com os filmes "Nafi's father", do senegalês Mamadou Dia, e "This Is My Desire", dos nigerianos Arie Esiri e Chuko Esiri.
O filme de encerramento será "Um Animal Amarelo", do realizador brasileiro Felipe Bragança, a 5 de setembro, na Culturgest.