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Os administradores hospitalares preveem que a greve dos enfermeiros tenha pouco impacto na prestação dos cuidados de saúde.
Ouvido pela Renascença, o dirigente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares espera que não haja perturbações na vida dos utentes e no tratamento de doentes Covid.
“A expectativa que nós temos é que as perturbações no funcionamento das instituições que passem pela greve sejam marginais. Nós temos a certeza que existe um compromisso dos profissionais de saúde nesta fase e sempre para responder aos seus doentes e não deixar os doentes por tratar”, afirmou Eduardo Castela.
O Sindicato Democrático dos Enfermeiros Portugueses convocou uma paralisação a partir desta segunda-feira e por um período de cinco dias. Exigem melhores condições de trabalho, o pagamento de um subsídio de risco e a entrada de mais enfermeiros para o Serviço Nacional de Saúde.
Eduardo Castela diz que a associação compreende o descontentamento. “Sabemos as difíceis condições de trabalho que os enfermeiros enfrentam e, aliás, temos alertado para a preparação e planeamento de recursos para esta segunda vaga”, acrescenta.
Greve em tempo de pandemia e a trabalhar
O presidente do Sindepor considera que a greve de enfermeiros que agora arranca "não é uma guerra de números" e que muitos estarão em greve, mas a trabalhar, "para não fragilizar mais o Serviço Nacional de Saúde".
Em declarações à Lusa, Carlos Ramalho disse que os números da adesão à greve "são muito relativos" pois não se conseguem apurar porque não é possível formar piquetes de greve como acontece noutras greves, devido à impossibilidade de circular entre serviços de saúde, por causa da pandemia de Covid-19.
"Não podemos formar os piquetes de greve que formávamos em condições normais pois não é conveniente circular entre serviços para apurar esses dados", explica o presidente do Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor), sublinhando que "muitos enfermeiros vão estar em greve, mas a trabalhar".
"Assegurar serviços mínimos agora significa assegurar quase serviços máximos durante períodos de não greve por causa da dotação de enfermeiros, que cada vez são menos. Normalmente associa-se a greve à não comparência ao local de trabalho, mas muitos têm de comparecer para assegurar serviços mínimos. É mais um grito de protesto e um anúncio de descontentamento do que algo que interfira com o SNS, que já de si está fragilizado e que nós não queremos fragilizar ainda mais", afirmou.