O antigo secretário de Estado da Juventude e do Desporto João Paulo Rebelo defendeu esta quarta-feira que não está acusado nem é arguido no âmbito da “Operação Arrangements”.
Em declarações no Parlamento, o deputado relembra que surge como suspeito na investigação por ter sido nomeado pelo Governo como coordenador regional no combate à Covid-19 na região Centro.
“Fiz diversas reuniões, com diversas entidades, e há uma específica reunião - que acontece com a Comunidade Intermunicipal de Viseu Dão-Lafões, em que tenho o conhecimento específico de uma empresa que já estava a fazer, antes de iniciar funções, 100 testes diários à Covid para o Hospital de Viseu”, explica.
A situação, de uma empresa privada que não se dedicava a este tipo de análises, foi sinalizada juntamente com os presidentes de câmara da região.
“Três anos e meio depois, tive conhecimento de que estavam sete agentes em minha casa, em Viseu. Sete agentes na casa onde durmo, em Lisboa. Não tive detalhes nenhuns. Fui contactado pela Polícia Judiciária, que me disse que o objetivo era aceder ao meu telemóvel e ao meu computador, no âmbito da investigação”, disse.
João Paulo Rebelo, que estava em Madrid em representação do Parlamento, voltou a Portugal para se apresentar na Polícia Judiciária, deixando o telemóvel e o computador.
“Não estou acusado de coisa nenhuma nem sequer arguido e desejo que se cheguem a conclusões”, pediu, considerando que “só pessoas de raciocínio muito delirante podem achar” que fosse discutir um aproveitamento político numa reunião regional com autarcas.
João Paulo Rebelo deixou ainda uma nota acerca do inquérito sobre a ilegalidade dos ajustes diretos da Câmara de Lisboa, do qual Medina, Siza Vieira e Duarte Cordeiro foram esta quarta-feira ilibados pelo Ministério Público. “Só espero que não demorem sete anos para chegar a uma decisão.”