Perto de 900 mil eleitores guineenses escolhem, este domingo, os novos deputados e o partido que vai formar o Governo entre 20 partidos e duas coligações, nas sétimas legislativas desde a abertura ao multipartidarismo.
As urnas abrem às 07h00 locais (08h00 em Lisboa) e encerram às 17h00 (18h00 em Lisboa) e haverá 3.524 mesas de voto, no país e na diáspora.
Os principais partidos são o Movimento para Alternância Democrática (Madem-G15), atualmente no Governo, a coligação Plataforma Aliança Inclusiva (PAI) - Terra Ranka, liderada pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC, na oposição), o Partido de Renovação Social (PRS) e o Partido dos Trabalhadores Guineenses (PTG), de Botché Candé, atual ministro da Agricultura.
A Assembleia do Povo Unido - Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), do primeiro-ministro Nuno Gomes Nabiam, tem tido uma presença mais discreta na campanha eleitoral e o chefe do Governo perspetivou já que nenhum partido vai conseguir a maioria, sendo necessário um consenso para formar o executivo.
O PAIGC ganhou as legislativas de 2019, sem maioria, obtendo 47 deputados, seguido do Madem-G15, com 27 assentos, do PRS, com 21 deputados, na quarta posição ficou a APU-PDGB, com cinco deputados, e do Partido da Nova Democracia e da União para a Mudança (UM), com um deputado cada um.
A Assembleia Nacional Popular é composta por 102 deputados.
Apesar de ter ganhado as eleições, o PAIGC deixou de estar no Governo em 2020, depois de o Presidente ter demitido o primeiro-ministro Aristides Gomes, e formado um executivo com elementos do Madem-G15, do PRS e da APU-PDGB.
Cerca de 200 observadores vão acompanhar o ato eleitoral
No sábado, a porta-voz da Comissão Nacional de Eleições (CNE), Felisberta Moura Vaz, destacou que este órgão assina os livre-trânsito em conjunto com o Ministério do Interior, que alegou "questões de segurança e que tem de controlar todas as viaturas que vão circular".
O líder do PRS, Fernando Dias, já avisou que o partido irá colocar os seus militantes nas ruas em caso de "fraude" para "defender a verdade democrática das urnas".
Ao todo estão no país cerca de 200 observadores, ainda de acordo com a CNE, nomeadamente 60 da missão de curta duração da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO), liderada pelo ex-presidente cabo-verdiano Jorge Carlos Fonseca, além dos 15 que já estão no terreno, 29 da União Africana, chefiados pelo ex-presidente moçambicano Joaquim Chissano, enquando a missão da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), composta por 27 elementos, é chefiada pelo ex-vice-ministro dos Negócios Estrangeiros timorense Alberto Carlos.