A turbina Siemens é considerada por Moscovo como essencial para o bom funcionamento do gasoduto que abastece a Alemanha e a Europa e que se encontra atualmente encerrado para manutenção, que deverá estar concluída na quinta-feira.
O Canadá, para onde tinha sido enviada para reparações numa fábrica do grupo alemão, devolveu a turbina à Alemanha, mas o calendário da sua entrega à Rússia continua incerto.
“Dizem que as vão devolver (turbinas), pelo menos uma delas. Mas em que condições a vão devolver? Quais serão os parâmetros técnicos após a reparação?”, indagou Putin, citado pela agência noticiosa Tass, acrescentando: “Talvez eles (os operadores de gasodutos) tenham simplesmente de a desativar em algum momento e depois o Nord Stream 1 vai parar”.
Os comentários do chefe de Estado russo vêm reforçar as dúvidas e preocupações dos europeus relativamente ao abastecimento de gás no futuro próximo.
Um dos cenários já traçados é que Moscovo utilize um problema técnico descoberto durante a manutenção como desculpa para não retomar as entregas via Nord Stream 1 e, dessa forma, exercer pressão sobre os países europeus no contexto do conflito na Ucrânia.
Antes do encerramento do Nord Stream 1, a Rússia já tinha reduzido drasticamente as entregas nas últimas semanas, alegando a falta de turbinas Siemens.
Nesta quarta-feira, Putin acusou ainda o Canadá de atrasar o envio da turbina reparada na esperança de poder impulsionar as suas próprias vendas de gás para a Europa.
“Os motivos (do Canadá) estão relacionados com os seus esforços para entrar no mercado europeu, porque quer desenvolver a sua própria produção de gás no país. É isso mesmo”, referiu o Presidente russo.
A controvérsia sobre as turbinas foi descrita por Berlim como um “pretexto” para a Rússia interromper as entregas e a União Europeia (UE) acusou Moscovo de utilizar o gás “como arma”.
As dificuldades em torno das entregas através do gasoduto Nord Stream 1 surgem numa altura em que os países europeus estão a tentar aumentar as suas reservas de gás para o inverno. Neste contexto, os estados-membros da UE estão a tentar diversificar os seus fornecedores de gás, voltando-se para os Estados Unidos, Qatar, Azerbaijão, entre outros países.