A energia voltou a falhar na Venezuela em pelo menos 14 dos 23 estados do país, incluindo na capital Caracas, avançou esta segunda-feira a agência France-Presse.
O último apagão, lembre-se, durou quase uma semana. Começou a 7 de março e terminou no dia 14. Então, quase tudo ficou interrompido na sequência de uma avaria (que afetou ainda dois sistemas secundários e a linha central de transmissão) na central hidroelétrica de El Guri, a principal do país: serviços, incluindo transportes públicos e urgências hospitalares, comunicações fixas e móveis, terminais de pagamentos, o acesso à internet e, até, a distribuição de água no país.
Aquele apagão levaria mesmo o autoproclamado Presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, a entregar um pedido à Assembleia Nacional para que fosse decretado o estado de emergência no país. De acordo com Guaidó, a falha de energia conduziu à morte de pelo menos 17 pessoas.
O apagão começou pelas 11h00 locais (15h00 em Lisboa) em várias zonas do sudoeste da Caracas e foi-se expandido até que. duas horas mais tarde, a cidade ficou toda às escuras.
De momento não há informação oficial sobre a origem do apagão que obrigou o Metropolitano a suspender as operações e fez cair as comunicações telefónicas e a Internet.
Além de Caracas, o apagão afeta também os Estados de Carabobo, Miranda, Mérida, Arágua, Anzoátegui, Falcón, Táchira, Sucre, Portuguesa, Nova Esparta, Vargas, Lara, Yaracuy e Zúlia.
Na Venezuela são cada vez mais frequentes e prolongados as falhas de fornecimento de eletricidade, afetando parcialmente e inclusive na totalidade o território.
O Governo atribui as falhas a atos de sabotagem de opositores apoiados pelo Estados Unidos, enquanto que a oposição acusa o regime de não fazer os investimentos necessários no setor e tem denunciado, desde há vários anos, falha de manutenção e de peças de reparação.
Inclusive, engenheiros elétricos advertiram, desde 2005, que o país poderia registar um apagão geral devido as condições precárias do sistema.
Entretanto, segundo a imprensa local, devido à crise política, económica e social, centenas de empregados da Corporação Elétrica Nacional da Venezuela (Corpoelec) abandonaram o país à procura de melhores condições no estrangeiro.