“Está em ruína há mais de uma década” a mais antiga praça de touros do país. Fica na aldeia alentejana de Azaruja e há um projeto para a transformar num centro cultural. A Associação Zaratan está a angariar verbas para pôr de pé a renovação do espaço.
Em entrevista ao Ensaio Geral, da Renascença, José Chaves - presidente da Associação Zaratan – destaca o valor desta construção. “O registo inicial que existe é de 1860”, por isso esta é “a primeira praça de touros edificada”, diz este responsável que acrescenta que “há muitos estudiosos que dizem que esta praça serviu de inspiração à praça de touros do Campo Pequeno.”
Situada a poucos quilómetros de Évora, a praça tem agora um projeto que aguarda luz verde da autarquia, para ser requalificada e transformada num centro que dinamize a cultura no Alentejo profundo. Mas para que a obra possa avançar é necessário financiamento.
“O objetivo da Zaratan com o crowdfunding é o de através do apoio público de pessoas individuas ou coletivas acelerar o processo de reconstrução da praça de touros e a ativação da praça como um novo centro cultural”, explica José Chaves.
Os donativos reunidos até agora já somam 100 mil euros, “de sócios da Zaratan e de mecenas”, explica o responsável da associação. “Precisamos de mais de 260 mil euros”, aponta Chaves, para esta obra de recuperação.
No futuro este novo centro cultural em pleno Alentejo irá acolher “exposições, concertos, performances, cinema, entre outras atividades”, diz José Chaves que recorda que em tempos, esta praça de touros foi ocupada, durante 50 anos por uma corticeira. Na altura, “foram destruídos uns arcos de umas portas para permitir a passagem de camiões de cortiça”.
Questionado sobre as polémicas e contestação que a tauromaquia tem envolvido nos últimos tempos, José Chaves esclarece que para a Zaratan “é uma não questão, porque nos últimos 75 anos de vivência da praça ela foi utilizada para outros fins”.
Classificada hoje como ruína, a praça de touros é central na vida da aldeia, onde há anualmente uma festa popular, com uma largada de vacas no exterior da praça.
A Zarantan que é uma Associação Cultural sem fins lucrativos, pensa agora o futuro dessa festa e de que forma poderá ou não regressar ao interior da praça. Para já procura verbas para transformar a ruína em centro cultural.
José Chaves explica que qualquer pessoa pode contribuir. Basta “ir à página da Zaratan na internet ou no Facebook. Aí está um sinal de crowdfunding e podem dar o valor que quiserem”, esclarece o representante da associação.