O comentador Pedro Santos Guerreiro critica as declarações do presidente da Associação Sindical dos Polícias. Paulo Rodrigues acusou Marcelo Rebelo de Sousa de ter “desprezado” os polícias ao visitar o Bairro da Jamaica.
O diretor do "Expresso" recorda que nem todos os moradores do bairro são criminosos, pelo contrário são as principais vítimas do crime que existe.
“Usamos muitas vezes a expressão das declarações infelizes, que é um eufemismo. Mas neste caso não as considero sequer infelizes, são erradas e desproporcionadas e são até provocatórias, porque sabemos em que momento está o Bairro da Jamaica, e depois de que confrontação se tornou notícia e se tornou visível, porque era um bairro absolutamente invisível para a sociedade portuguesa.”
“É um bairro que vive em condições indignas, onde há indícios de criminalidade, como tráfico de droga, agora, as primeiras vítimas da criminalidade dos bairros invisíveis são os outros moradores, e Marcelo não foi visitar criminosos nem suspeitos de crimes, foi visitar um bairro”, disse Pedro Santos Guerreiro no seu espaço de comentário, no programa As Três da Manhã, da Renascença.
O comentador recorda que o Presidente nem sequer levou a comunicação social com ele, mas que é bom que um bairro que esteve nas notícias pelas piores razões “é bom que também esteja pelas melhores, ou pelo menos por razões melhores”.
Pedro Santos Guerreiro acredita que Paulo Rodrigues poderia ter escolhido melhores termos para dizer aquilo que pretendia, “que no fundo é que também quer que o Presidente dê atenção às condições de trabalho dos polícias, mas as suas palavras não vão nada nesse sentido, pelo contrário, são bastante provocatórias e ainda por cima sobre um bairro em que sabemos que a tensão social e policial existe.”
Ao escolher estas palavras, porém, o presidente da ASP terá prestado um “péssimo serviço” à própria polícia.
Paulo Rodrigues começou por criticar o Presidente nas redes sociais, acusando-o de "desprezar" a polícia e depois, em declarações à Renascença, afirmou que Marcelo Rebelo de Sousa se colocou "contra a polícia".