As Ilhas Virgens Americanas enviaram uma intimação a Elon Musk, a propósito da acusação do Governo do território norte-americano sobre os benefícios económicos que o banco JPMorgan Chase terá usufruido com as movimentações financeiras relativas à rede de tráfico sexual de Jeffrey Epstein.
De acordo com a mesma intimação, o processo movido pelas Ilhas Virgens Americanas não liga, necessária ou diretamente, o dono da Tesla ao caso. Contudo, é motivada pela suspeição de que terá sido Epstein a "indicar ou a tentar indicar" Musk como cliente à JPMorgan, refere a CNBC.
Nesse sentido, a requisição do Governo deste território norte-americano pretende que o ainda CEO do Twitter reencaminhe todos os documentos relativos à comunicação que mantinha com o banco e com Jeffrey Esptein, assim como "todos os documentos resultantes ou que refiram o envolvimento de Epstein em tráfico humano e/ou na procura de raparigas ou mulheres para sexo consensual".
No entanto, terá havido dificuldades no envio da intimação, sobretudo no contacto com Elon Musk. As Ilhas Virgens Americanas já haviam tentado iniciar esta ação a 28 de abril, mas não conseguia obter um endereço válido para contactar o dono da SpaceX.
O Governo do território insular ainda "contactou o advogado de Musk via email, a perguntar se poderia ser autorizado a aceitar a ação em nome de Musk nesta matéria, mas não recebeu qualquer resposta a confirmar ou a negar" essa possibilidade, conta a CNN.
Para que a intimação avançasse, o executivo das Ilhas Virgens Americanas teve de recorrer ao tribunal federal de Manhattan para que pudesse remeter a mesma ação para um agente registado da Tesla.
Acusação alega que JPMorgan foi cúmplice da rede de tráfico sexual de Epstein
Segundo o processo de acusação do território insular à JPMorgan, o banco terá permitido e beneficiado da rede de tráfico sexual de mulheres jovens montado por Epstein, mantida entre 2002 e 2005, nas suas propriedades em Manhattan, Palm Beach e inclusivamente nas Ilhas Virgens Americanas.
"Durante mais de uma década, a JPMorgan sabia claramente que não estava a cumprir para com as normas federais relativamente às contas bancárias associadas a Epstein, sobretudo dados os seus esforços mínimos e tardios aquando da detenção de Epstein por acusações federais de tráfico sexual", avança o processo.
Mesmo depois da morte de Jeffrey Epstein, o banco "cumpriu tardiamente para com a lei federal", diz a acusação das Ilhas Virgens Americanas.
A JPMorgan sempre negou as acusações e, a 26 de maio, irá depor em tribunal, através do seu CEO, Jamie Dimon. Contudo, será noutro processo, mas igualmente relacionado com o caso Epstein, movido por uma das alegadas vítimas de abusos.
Elon Musk não reagiu oficialmente à intimação, mas já comentou a situação na rede social Twitter. Em resposta a um utilizador, o dono da Tesla diz tratar-se de uma situação "idiota a vários níveis", desmentindo quaisquer ligações a Jeffrey Epstein.
"Aquele cretino [Epstein] nunca me aconselhou em nada. A ideia de que eu precisaria ou ouviria conselhos financeiros de um bandido burro é absurda", tweetou.
Musk ainda rejeitou quaisquer vantagens económicas dos seus empreendimentos junto da JPMorgan, afirmando que o banco "desiludiu a Tesla há 10 anos". "Eu nunca os perdoei".