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O Governo esqueceu-se de 200 mil empresas do setor do comércio e serviços, acusa o presidente da Confederação do Comércio, que aconselha os empresários em dificuldades a cortarem onde puderem para se salvar.
Em entrevista à Renascença, João Vieira Lopes sublinhou esta quarta-feira que a responsabilidade pelos setores que o pacote de apoio não abrange é da responsabilidade do executivo.
"O Governo fez um conjunto de linhas de apoio onde se esqueceu de 200 mil empresas, que são metade do tecido empresarial do setor do comércio e serviços. Tirando o comércio alimentar, que tem de abastecer e funciona, todos os outros setores estão a encerrar", garante Vieira Lopes.
"A partir daí, o que dizemos às empresas é que têm de cortar custos. Cortem onde puderem. Não estamos a aconselhar ninguém a fazer isto ou aquilo, mas cortem onde puderem e, a partir daí, o Governo é que será responsável.”
Questionado sobre esses cortes, João Vieira Lopes evita apontar o caminho, mas lembra que há várias alternativas.
“Podem ser despedimentos, podem ser lay-off [suspensão temporária do trabalho], podem ser todos os meios possíveis que existem neste momento. Pode ser corte de pensão de licenças sem vencimento. Gostaríamos que se criasse uma situação em que as empresas não tivessem de se focar nestes pontos e o que vai acontecer é que as empresas vão ter de se focar nestes pontos. Não se trata do aconselhável, trata-se, para muitas empresas, do possível. Um dos impactos importantes de todas essas linhas de financiamento é permitirem às empresas pagar salários.”
Quanto à declaração do Estado de Emergência pelo Presidente da República, João Vieira Lopes reconhece que terá impacto nas empresas, embora ainda não seja possível vislumbrá-los.
“Da nossa parte pensamos que é uma medida que vai ter algum impacto nas empresas. Não sabemos ainda bem qual, na medida em que compete ao Governo definir quais são os setores essenciais.”