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Há nove escolas, todas no Norte do país, que têm sempre dado notas internas mais altas do que aquelas que os alunos conseguem tirar nos exames. Estas escolas, de acordo com os dados divulgados pelo Ministério da Educação, têm esta prática há mais de 10 anos e são quase todas privadas. Aliás, três quartos das escolas que inflacionam notas são privadas.
Há cinco anos que o Ministério da Educação mede a consistência entre as notas dadas aos alunos pelos seus professores e as que os alunos conseguem ter nos exames nacionais do ensino secundário.
Este indicador de alinhamento de notas foi divulgado pela primeira vez em 2015 e tinha em conta os exames realizados entre 2009 e 2013.
A informação agora disponibilizada, refere-se aos anos entre 2014 e 2019. Sendo assim, é possível analisar os desvios das notas internas dos alunos ao longo dos últimos 11 anos.
Há mais escolas a inflacionar as notas: são vinte, metade estão no distrito do Porto
Entre 2014 e 2019, um total de 20 instituições deram notas consideravelmente mais altas aos seus alunos do que as atribuídas ao resto dos estudantes do país, que tiveram os mesmos resultados nos exames do 11.º e do 12.º anos.
Deste grupo, que é responsável pelos maiores desvios para cima, estão 15 colégios, do Centro e Norte do país.
De destacar que alguns deles têm lugar cativo nas posições cimeiras dos rankings, que só têm em conta as notas dos exames. É o caso do Colégio Nossa Senhora do Rosário, no Porto, que pelo sexto ano consecutivo lidera o ranking das escolas. Estão também nesta lista os colégios D. Diogo de Sousa, em Braga (2.º lugar no Ranking Tradicional) e o Luso-Francês, no Porto (4.º lugar do Ranking Tradicional).
Curiosamente também está a Norte a escola pública que, nos últimos 11 anos, deu notas consideravelmente mais altas aos seus alunos, do que as atribuídas ao resto dos estudantes do país. Trata-se da Secundária de Fafe (355.º lugar no Ranking Tradicional).
De referir, que face a 2018 houve um aumento desta prática. Na altura estavam identificadas 18 instituições.
Escolas públicas corrigem
Entre 2014 e 2019, houve 14 instituições (em 2018 tinham sido 16), que deram notas aos seus alunos consideravelmente mais baixas do que as atribuídas ao resto dos estudantes do país, que tiveram os mesmos resultados nos exames do 11.º e 12.º anos.
Deste grupo, com os maiores desvios para baixo estão 10 escolas públicas, entre elas, a Secundária do Restelo e a D. Pedro V, em Lisboa e a Secundária de Mem Martins, no concelho de Sintra. Há onze anos que estas três escolas atribuem notas mais baixas do que aquelas que os alunos conseguem tirar nos exames.
Dos quatro colégios com desalinhamento negativo, dois já o fazem também há 11 anos consecutivos. São eles o Colégio de Santo André, em Mafra e os Salesianos dos Estoril.
Ao divulgar este indicador de “alinhamento das notas”, o Ministério da Educação pretende ajudar as escolas a corrigir as suas práticas, de notas mais altas ou mais baixas e garantir, assim, uma maior equidade no acesso ao ensino superior, já que as notas internas são tidas em conta para o cálculo da média de entrada nas universidades e politécnicos.