O confinamento fechou as escolas de condução, mas manteve os centros de exame de código e condução abertos. Uma “incongruência” diz Fernando Santos, Presidente da Associação Nacional de Escolas de Condução Automóvel (ANIECA). “Como e possível as escolas não funcionarem e os candidatos efetuarem exames? A formação termina no dia do exame e temos exames marcados para dois meses e mais. Os candidatos dão formação até esse dia. Como a formação não é possível, o exame também não!”.
Ouvido pela Renascença um profissional ligado às escolas de condução, que pediu para não quer ser identificado, acrescenta, “é uma incongruência total! Temos alunos com datas de exame já marcados. Agora vem o Instituto de Mobilidade e Transportes (IMT) dizer que os alunos podem fazer exames mas que têm de ter a formação obrigatória até ontem (dia 14 janeiro). A formação são 32 horas de condução e 500 kms, no mínimo, para categoria B. Como há muita espera para exame, alguns cinco meses, como é que dou 32 horas a um aluno, marco exame e depois ele fica cinco meses à espera?”.
O setor fala em grande prejuízo para escolas e alunos. Este profissional relembra que “em janeiro o IMT deliberou que a última aula fosse ministrada até ao dia do exame para compensar a espera dos alunos pelo exame. Agora o comunicado diz exatamente o contrário. Hoje já não podemos dar aulas e o aluno vai fazer exame? Já pagou a taxa, o que acontece? Quando vai agora fazer exame?”.
Os profissionais acusam o Executivo de não ter ouvido o setor e ter tomado medidas sem sentido. Questionam mesmo porque chegaram a estar na lista de exepções deste confinamento para um dia depois serem incluídos naqueles que têm de fechar portas.
“Não há sequer hipótese das escolas renovarem documentos e tratarem das cartas de condução”, dizem.
Uma coisa as escolas de condução dizem não compreender, qual a diferença entre elas e as demais escolas? “Reduzimos para metade as salas, alunos estão espaçados, desinfetam mãos à entrada e saída, as salas são limpas após cada aula, cumprimos medidas da DGS, e depois na educação os miúdos estão na escola com 20 e tal alunos numa turma e isso pode funcionar, mas as escolas de condução não?”, lamentam.
A Associação Nacional de Escolas de Condução Automóvel garante ter já feito chegar uma exposição ao ministro da Economia, secretário de Estado das Infraestruturas, DGS, IMT, a dar conta dos problemas do sector e da falta de sentido da decisão tomada.