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O candidato presidencial do Chega defendeu esta quarta-feira que setores como restauração, cafetaria, pequeno comércio e eventos culturais devem permanecer abertos e sugeriu que o primeiro-ministro, António Costa, se prepara para abandonar o cargo brevemente.
“Votámos contra o decreto porque é um cheque em branco ao Governo. Estas medidas que foram anunciadas não correspondem minimamente àquilo de que o país precisa, por exemplo o encerramento de vários setores de atividade. Não está demonstrado que sejam fatores de propagação efetiva do vírus. Vai matar a economia portuguesa”, disse André Ventura, num comício noturno em Portalegre.
O deputado único e líder do partido da extrema-direita parlamentar disse compreender “que tenha de haver restrições, honestamente, mas não um novo confinamento geral, que vai fazer mal à economia portuguesa”, admitindo o encerramento de outros setores como “a ‘noite’, as discotecas e bares, ou os ginásios, que merecem apoios específicos”.
“Vai criar uma quebra de ciclo económico como nunca vimos na História. Só posso presumir, com este tipo de medidas, que António Costa está a pensar fazer isto para se ir embora muito em breve e deixar outros depois resolver o problema”, afirmou, argumentando que devia ter sido feito um “plano estruturado”, preparado antecipadamente, no verão, com um “confinamento faseado e diferenciado”.
As novas medidas tomadas esta quarta-feira pelo Conselho de Ministros para controlar a pandemia de Covid-19, entre as quais o dever de recolhimento domiciliário, entram em vigor às 00h00 de sexta-feira.
Segundo António Costa, as exceções que já existiram em março e abril manter-se-ão, “com uma exceção que se prende com o calendário democrático das eleições presidenciais do próximo dia 24 de janeiro e com a necessidade” de não “sacrificar a atual geração de estudantes”, mantendo o “pleno funcionamento dos estabelecimentos educativos.
Durante o comício, o presidente do Chega voltou a recorrer aos insultos pessoais para alguns dos seus concorrentes ao Palácio de Belém, como a socialista Ana Gomes, a bloquista Marisa Matias, o comunista João Ferreira ou o atual chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa.
As piores palavras reservou-as para o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, que comparou àquele “avô bêbado que a gente tem em casa que, a partir de um certo momento, começa a não achar graça às piadas”.
“Marcelo está em casa, mas de máscara para a câmara. Sozinho, parecia uma espécie de fantasma. Não estou a dizer que é um esqueleto, estou a dizer que parecia...”, declarou, referindo-se ao debate televisivo a sete da véspera.
Ana Gomes foi apelidada de “contrabandista”, em virtude do episódio da toma da vacina contra a gripe trazida por uma amiga de França, enquanto Marisa Matias foi analisado como estando a ter “uma performance muito a baixo do que seria expectável, com ar de que todos lhe devem dinheiro e ninguém lhe pagou” e “com os lábios muito vermelhos.
“Ar de operário beto de Cascais” foi o epíteto que coube em sorte a João Ferreira, sublinhando-se que “o PCP não paga impostos da Festa do ‘Avante!’ desde 1974”.