O líder parlamentar do PS, Carlos César, acusou, esta quinta-feira, o Bloco de Esquerda de adotar posições que têm "acirrado ânimos" face aos episódios de "perturbação" da ordem pública na sequência da intervenção policial no bairro das Jamaica, no Seixal.
"De modo muito claro, quero condenar as ocorrências, que são situações inéditas e pouco comuns no nosso país, de perturbação da ordem pública que têm acontecido nos últimos dias. Condeno também, de forma muito clara, as intervenções de caráter partidário nesses processos, procurando acirrar ânimos, perturbar a intervenção das forças da ordem, que têm por dever assegurar a tranquilidade pública", afirmou o líder da bancada socialista, no final da reunião semanal do Grupo Parlamentar do PS, na Assembleia da República.
Carlos César referiu ainda que o PS "condena veementemente as declarações a esse propósito que têm sido feitas pelo Bloco de Esquerda".
"Em nenhum dos momentos, as declarações [de responsáveis do Bloco de Esquerda] têm contribuído para a tranquilidade e o bom esclarecimento daquilo que se encontra em causa", acrescentou o presidente do Grupo Parlamentar do PS.
Segundo a versão da PSP, no domingo, depois de incidentes em Vale de Chícharos, conhecido por bairro da Jamaica, no concelho do Seixal, entre agentes da polícia e moradores, resultaram feridos cinco civis e um polícia, sem gravidade.
No dia seguinte, na segunda-feira, também de acordo com a versão da polícia, após uma manifestação em frente ao Ministério da Administração Interna, em Lisboa, quatro pessoas foram detidas na sequência do apedrejamento de elementos da PSP por participantes no protesto, convocado para dizer "basta à violência policial" e "abaixo o racismo".