No ano passado, quase 2,6 milhões de portugueses estavam em risco de pobreza ou exclusão social, revela o Inquérito às Condições de Vida e Rendimento feito pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e divulgado esta terça-feira.
Casas com falta de divisões habitáveis, sem casas-de-banho, apertadas e escuras são os problemas nas condições de vida que mais afectam as famílias com crianças que se contam entre os que estão em risco de pobreza.
Além disso, uma em cada 10 pessoas (10,3%) tem falta de espaço para viver, uma carência que afecta sobretudo as famílias com crianças dependentes (17%) e as que estão na pobreza (19,9%).
Ainda segundo o INE, quase 30% da população com menores rendimentos sofreram aumentos nas despesas com habitação.
O inquérito revela também que 18,8% dos jovens com menos de 18 anos estão em situação de pobreza ou exclusão, tal como 18% das pessoas com mais de 65 anos.
Os números revelam, contudo, uma melhoria de 1,5 pontos percentuais face a 2015, ano em que o rendimento dos portugueses em risco de pobreza era de 3.865 euros (menos de metade do rendimento disponível por adulto em 2016: 8.782 euros).
O rendimento médio disponível por família aumentou 79 euros, para 1.497 euros por mês, ou seja, 17.967 euros anuais. O valor de 2015 esteve ao nível de 2008.
O inquérito agora divulgado baseia-se em entrevistas presenciais feitas em 2016 a 12.287 famílias e informação sobre 26.565 pessoas.
A taxa de risco de pobreza é calculada tendo em conta rendimentos abaixo do limiar de pobreza e indicadores de privação material, que indicam falta de bens ou de dinheiro.