Vaticano quer atenção redobrada a idosos sós. "Na solidão, o coronavírus mata mais"
07-04-2020 - 13:04
 • Aura Miguel

Mensagem divulgada esta terça-feira pela Santa Sé considera que os idosos são principais vítimas desta "tempestade inesperada e furiosa”.

O Vaticano está preocupado com as consequências da solidão na terceira idade, num cenário de pandemia do coronavírus. Numa mensagem publicada esta terça-feira, o Dicastério para os Leigos, Família e Vida alerta para a necessidade de acompanhar com particular atenção este grupo etário.

“Não deixemos os idosos sozinhos, porque na solidão o coronavírus mata mais”, lê-se na mensagem que foi publicada em várias línguas, entre as quais, português.

A Santa Sé reconhece que “apesar da complexidade da situação em que vivemos, é necessário esclarecer que salvar a vida de idosos que vivem em estruturas residenciais, ou que estão sozinhos, ou doentes é uma prioridade tanto quanto salvar qualquer outra pessoa”.

“A geração dos nossos idosos, nestes dias – difíceis para todos – está a pagar o preço mais alto pela pandemia. As estatísticas dizem-nos que na Itália mais de 80% das pessoas que perderam a vida tinham mais de 70 anos”. Por isso, “é importante que façamos todo o possível para remediar essa condição de abandono. Isso, nas circunstâncias atuais, pode significar salvar vidas”.

O Dicastério para os Leigos, Família e Vida reconhece que existem várias iniciativas em curso, mas “a gravidade do momento exige que todos façamos mais”, como por exemplo, “rezar por eles, curar a doença da solidão, ativar redes de solidariedade e muito mais”.

“Perante o cenário de uma geração atingida tão severamente, temos uma responsabilidade comum, que decorre da consciência do valor inestimável de toda vida humana e da gratidão a nossos pais e avós”, acrescenta a mensagem.

A pandemia de covid-19 matou mais de 75 mil pessoas em todo o mundo desde que a doença surgiu em dezembro na China, segundo um balanço da AFP às 09:45, a partir de dados oficiais.

De acordo com a agência de notícias francesa, morreram 75.538 pessoas e há 1.350.759 casos de infeção.

Itália com 16.523 mortes é o país com mais óbitos no mundo, seguida pela Espanha (13.798), Estados Unidos (10.993) e França (8.911).