O Papa recordou esta segunda-feira no Vaticano o 75º aniversário da libertação do campo de concentração nazi de Auschwitz e reforçou a condenação do antissemitismo, numa audiência a membros do “Simon Wiesenthal Center”.
“O aniversário da crueldade indescritível que a humanidade descobriu há 75 anos é um chamamento a parar, calar e lembrar. Precisamos disso, para não nos tornarmos indiferentes”, declarou, em intervenção divulgada pela Santa Sé.
“Não me canso de condenar todas as formas de antissemitismo”, disse ainda.
Francisco destacou a importância de preservar a memória do Holocausto, para as novas gerações, como forma de “combater todas as formas de antissemitismo, racismo e ódio de minorias”.
A intervenção alertou para o aumento da “indiferença egoísta” e dos populismos, alimentados pelo “ódio”, com “ressurgimentos bárbaros do antissemitismo”.
O Papa recordou ainda a sua passagem pelo campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, em 2016, para “rezar em silêncio”.
“Hoje, absorvidos no turbilhão das coisas, lutamos para parar, olhar para dentro de nós mesmos, fazer silêncio para ouvir o grito de sofrimento da humanidade”, observou.
"O consumismo de hoje também é verbal: quantas palavras inúteis, quanto tempo desperdiçado contestando e acusando, quantas ofensas gritadas, independentemente do que foi dito. O silêncio, pelo contrário, ajuda a preservar a memória. Se perdermos a nossa memória, destruiremos o futuro”.
A dignidade humana, acrescentou, “pertence a todos em igual medida”, independentemente da origem, religião ou estatuto social.
Francisco convidou à cooperação entre católicos e judeus para “reintegrar aqueles que estão marginalizados” e os que “são rejeitados por não terem meios e dinheiro”, bem como as “vítimas da intolerância e discriminação”.
“Que o Altíssimo nos ajude a respeitar e amar cada vez mais, e a tornar a terra um lugar melhor, semeando a paz. Shalom”, concluiu.