O antigo administrador da Caixa Geral de Depósitos Faria de Oliveira garante que nunca facilitou a concessão de empréstimos enquanto esteve na administração do banco público.
Em declarações ao programa “Tudo é Economia”, da RTP 3, Faria de Oliveira recorda ainda que os pareceres do Conselho de Crédito não são vinculativos.
“Apenas gostaria de dizer que o conselho de crédito dá pareceres que não são vinculativos, por isso é que há conselhos de crédito. Os conselhos de crédito abrangem um número muito grande de pessoas, muito elevado de pessoas e os assuntos são discutidos, toma-se uma decisão final e, que eu me lembre, nunca houve uma declaração de voto mesmo da área de risco em relação à decisões tensões tomadas”, disse.
Questionado sobre se “nunca facilitou nenhum crédito na Caixa Geral de Depósitos”, Faria de Oliveira garante: “Não vou falar sobre o assunto, mas é óbvio que não."
Em causa está a auditoria feita pela consultora EY que concluiu que a Caixa Geral de Depósitos concedeu cerca de 1.100 milhões de euros em empréstimos sem garantias e que acabou por perder metade desse dinheiro.
A Artland, uma fábrica da área química, Joe Berardo e o empreendimento Vale do Lobo lideram a lista dos negócios que mais prejuízo deram ao banco público. Só estes três devedores receberam empréstimos no valor de quase 950 milhões de euros.
As decisões mais gravosas foram tomadas no período dos anos da crise, entre 2007 e 2012, abrangendo as administrações de Faria de Oliveira e de Carlos Santos Ferreira.