O vice-primeiro-ministro polaco, Joroslaw Kaczynski, disse esta terça-feira que a "guerra armada (com a Bielorrússia) não está no horizonte" apesar de existir "uma guerra híbrida" entre os dois países na sequência da crise migratória na fronteira.
Kaczynski disse à rádio pública da Polónia que "(o Presidente bielorrusso) Alexandre Lukashenko não vai fazer mais nada, neste momento", mas referiu-se ao estado de "guerra híbrida", um conceito de defesa sobre confrontos não convencionais que, entre outros aspetos, atua através da infiltração, espionagem ou de meios informáticos no sentido de provocar a destabilização.
Entretanto, o Presidente da Bielorrússia afirmou que a "crise migratória" junto da fronteira polaca deve ser gerida no sentido de se evitar uma escalada. "Atualmente, o essencial é defender o nosso país, o nosso povo e evitar confrontos. Este problema não deve transformar-se num confronto", indicou Lukashenko à agência estatal Belta.
A Polónia, a União Europeia e os Estados Unidos acusam diretamente o regime de Minsk de estar a organizar um fluxo de migrantes e refugiados do Médio Oriente através da fronteira polaca, em retaliação contra as sanções económicas aplicadas contra a Bielorrússia após as eleições presidenciais de 2020.
As eleições foram consideradas fraudulentas, tendo a oposição sido alvo de atos de repressão, abusos de direitos humanos e exílio.
De acordo com a Guarda Fronteiriça polaca, nas últimas 24 horas verificaram-se 224 novas incursões na zona de fronteira e 29 expulsões de pessoas que conseguiram entrar na Polónia de forma irregular.
O número de pessoas que se encontram acampadas junto da fronteira aumentou nos últimos dias.
De acordo com as informações das autoridades de Varsóvia, encontram-se mais de dois mil migrantes e refugiados concentrados em território bielorrusso à espera de conseguir entrar "de forma ilegal" na Polónia.
O fluxo migratório ocorre igualmente nas fronteiras externas do espaço comunitário da Letónia e da Lituânia.