PSD. Almofada financeira não reverte directamente para as famílias, mas tem benefícios
21-01-2015 - 15:57
Ministra das Finanças afirmou no parlamento que "Portugal não precisa de caridade" e anunciou que Portugal vai antecipar reembolso ao FMI dos empréstimos.
O líder parlamentar do PSD elogiou a decisão anunciada pela ministra das Finanças de antecipar o pagamento do empréstimo ao Fundo Monetário Internacional. Uma medida que segundo Luís Montenegro vai trazer benefícios para as famílias, embora não seja possível reverter a almofada financeira - de que fala a ministra - directamente para os contribuintes.
"Isto toca a vida quotidiana das pessoas, porque o Estado garante melhores condições de financiamento e liberta recursos para que o equilíbrio financeiro possa ser feito atenuando o esforço das pessoas, dando-lhe mais rendimento do que aquele que lhes foi retirado ao longo dos últimos anos. Chega também às pessoas porque a economia também - por via disto - obtém condições de financiamento mais baratas, que permitem às empresas terem capacidade de liquidez para fazerem investimentos, fazerem as suas operações de tesouraria, comprarem matérias-primas, dinamizando a sua actividade e, assim, criando mais emprego", explicou Luís Montenegro, no parlamento.
Maria Luís Albuquerque, ouvida esta quarta-feira na comissão parlamentar de Orçamento, Finanças e Administração Pública, disse que o Estado acumulou "um montante de reservas de liquidez muito significativo" que permite "enfrentar com muita tranquilidade" eventuais dificuldades futuras.
"É sabido que, estatutariamente, os juros do FMI não têm capacidade de negociação como tiveram, por exemplo, os que são decorrentes dos empréstimos junto da Comissão e do Banco Central europeus. Estando nós a financiar-nos a uma taxa de juro bem inferior à que está vigente nestes empréstimos, esta operação pode vir a significar uma poupança muito significativa e deixar muito clara a recuperação do Estado português juntos dos mercados financeiros", continuou Montenegro.
O deputado social-democrata congratulou-se com o facto de, "fruto de uma gestão financeira diferente, da recuperação da credibilidade", Portugal ter agora "acesso a mercado pleno, a taxas de juro baixas".
Portugal não precisa de caridade
A ministra das Finanças afirmou, esta quarta-feira, que "Portugal não precisa de caridade" e destacou que os mercados já estão a emprestar a um prazo mais longo do que os credores internacionais.
Em resposta à deputada do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua, Maria Luís Albuquerque disse que "o Banco Central Europeu não pode financiar défices nacionais" e que "dizer que o BCE deve emitir moeda para financiar défices como se não houvesse contrapartidas é até perigoso porque cria a ilusão de que há soluções fáceis".
A governante defendeu que os outros países do euro, que cumpriram as regras europeias, quererão "alguma coisa em troca" até para os governantes desses países "não se verem colocados na situação de, perante os seus eleitores, dizer `mas porque é que nós poupámos e outros não precisam de o fazer?`".
Para a ministra das Finanças, "aquilo que se dá sem pedir nada em troca é caridade e Portugal não precisa de caridade" e um movimento de gastar mais do que se produz "não pode ser eterno", uma vez que "não é possível [fazer] crescer eternamente a dívida porque não haverá quem esteja disposto a financiá-la".
Maria Luís Albuquerque disse mesmo que "são bem-vindas" as medidas que permitam condições mais favoráveis, mas defendeu que Portugal tem de "fazer a sua parte para beneficiar dos efeitos positivos" dessas medidas.
"Isto toca a vida quotidiana das pessoas, porque o Estado garante melhores condições de financiamento e liberta recursos para que o equilíbrio financeiro possa ser feito atenuando o esforço das pessoas, dando-lhe mais rendimento do que aquele que lhes foi retirado ao longo dos últimos anos. Chega também às pessoas porque a economia também - por via disto - obtém condições de financiamento mais baratas, que permitem às empresas terem capacidade de liquidez para fazerem investimentos, fazerem as suas operações de tesouraria, comprarem matérias-primas, dinamizando a sua actividade e, assim, criando mais emprego", explicou Luís Montenegro, no parlamento.
Maria Luís Albuquerque, ouvida esta quarta-feira na comissão parlamentar de Orçamento, Finanças e Administração Pública, disse que o Estado acumulou "um montante de reservas de liquidez muito significativo" que permite "enfrentar com muita tranquilidade" eventuais dificuldades futuras.
"É sabido que, estatutariamente, os juros do FMI não têm capacidade de negociação como tiveram, por exemplo, os que são decorrentes dos empréstimos junto da Comissão e do Banco Central europeus. Estando nós a financiar-nos a uma taxa de juro bem inferior à que está vigente nestes empréstimos, esta operação pode vir a significar uma poupança muito significativa e deixar muito clara a recuperação do Estado português juntos dos mercados financeiros", continuou Montenegro.
O deputado social-democrata congratulou-se com o facto de, "fruto de uma gestão financeira diferente, da recuperação da credibilidade", Portugal ter agora "acesso a mercado pleno, a taxas de juro baixas".
Portugal não precisa de caridade
A ministra das Finanças afirmou, esta quarta-feira, que "Portugal não precisa de caridade" e destacou que os mercados já estão a emprestar a um prazo mais longo do que os credores internacionais.
Em resposta à deputada do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua, Maria Luís Albuquerque disse que "o Banco Central Europeu não pode financiar défices nacionais" e que "dizer que o BCE deve emitir moeda para financiar défices como se não houvesse contrapartidas é até perigoso porque cria a ilusão de que há soluções fáceis".
A governante defendeu que os outros países do euro, que cumpriram as regras europeias, quererão "alguma coisa em troca" até para os governantes desses países "não se verem colocados na situação de, perante os seus eleitores, dizer `mas porque é que nós poupámos e outros não precisam de o fazer?`".
Para a ministra das Finanças, "aquilo que se dá sem pedir nada em troca é caridade e Portugal não precisa de caridade" e um movimento de gastar mais do que se produz "não pode ser eterno", uma vez que "não é possível [fazer] crescer eternamente a dívida porque não haverá quem esteja disposto a financiá-la".
Maria Luís Albuquerque disse mesmo que "são bem-vindas" as medidas que permitam condições mais favoráveis, mas defendeu que Portugal tem de "fazer a sua parte para beneficiar dos efeitos positivos" dessas medidas.