O último relatório da Agência Internacional de Energia Atómica revela que o Irão continua a produzir urânio que pode ser usado em bombas nucleares. Esta informação pode afetar as negociações com vista à recuperação do acordo de 2015.
O diretor-geral do organismo das Nações Unidas refere que os inspetores da agência "confirmaram" que o Irão produziu 200 gramas de urânio enriquecido até 20%.
Rafael Mariano Grossi tinha indicado em fevereiro que os inspetores da Agência Atómica tinham detetado a produção de urânio enriquecido (3,6 gramas) produzido na central iraniana de Isfahan.
A produção está proibida pelo acordo de 2015 (Joint Comprehensive Plan of Action - JCPOA) que previa, entre outros aspetos, incentivos económicos ao Irão em troca de limitações ao programa nuclear, para impedir o desenvolvimento de uma bomba nuclear.
O Irão insiste que não está interessado na produção de armamento nuclear e que a produção de urânio está enquadrada no programa civil.
Os países europeus que constituem o JCPOA disseram, no princípio do ano, que estavam "muito preocupados" com a produção de urânio, sublinhando que o Irão não tem necessidades civis deste material e que o programa de Teerão tem como objetivo o "desenvolvimento de uma arma nuclear".
Desde 2018 que o Irão tem violado o acordo, pressionando ao mesmo tempo os restantes signatários do tratado (Alemanha, França, Reino Unido, Rússia e China) contra as sanções económicas que os Estados Unidos voltaram a impor ao país.
Os países europeus, a Rússia e a República Popular da China têm desenvolvido esforços para preservar o acordo original. Já o Presidente norte-americano, Joe Biden, garantiu que os Estados Unidos querem recuperar o acordo sob a condição de o Irão respeitar as restrições.
Teerão impõe como condição a retirada das sanções por parte dos Estados Unidos.