O Ministério Público divulga que se encontra "a decidir" se, no âmbito das suas competências, irá realizar uma auditoria ao subsistema de saúde dos funcionários públicos, a ADSE, como pedido pelo presidente demissionário.
"O Ministério Público encontra-se a recolher elementos com vista a decidir se há procedimentos a desencadear no âmbito das respetivas competências", informa aquele órgão, numa resposta escrita enviada à agência Lusa.
O presidente demissionário da ADSE, Carlos Liberato Baptista, pediu à Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) uma auditoria ao tempo em que presidiu ao subsistema de saúde dos funcionários públicos.
A informação foi confirmada na quarta-feira pelo próprio à agência Lusa, escusando-se o mesmo responsável a adiantar pormenores ou a responder a outro tipo de questões.
Carlos Liberato Baptista demitiu-se na segunda-feira do cargo de presidente da ADSE, onde estava desde janeiro de 2017, alegando "motivos pessoais".
Na terça-feira, a TVI divulgou uma notícia que envolve Liberato Baptista num alegado esquema de desvio de fundos e favorecimento de empresas.
Segundo a TVI, que cita uma auditoria interna, foram detetadas irregularidades na gestão de Liberato Baptista enquanto administrador da Associação de Cuidados de Saúde da Portugal Telecom, a PT ACS.
De acordo com aquela estação televisiva, enquanto Liberato Baptista foi administrador, a associação detinha oito centros clínicos, dois núcleos de estomatologia e um de oftalmologia, distribuídos por todo o país, alcançando 42.000 beneficiários.
A auditoria, que segundo a TVI nunca foi denunciada às autoridades, concluiu que foram detetadas irregularidades graves em 40 dos 50 fornecedores e prestadores de serviços à associação, existindo, alegadamente, empresas fantasmas que não comprovaram a prestação dos serviços.