O ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, considera que os agentes públicos têm de estar acima de toda a suspeita e que o seu comportamento tem de ser o da defesa do bem público.
Questionado pela Renascença sobre caso EDP em que o ex-ministro da economia Manuel Pinho está envolvido e que poderá ter em Ricardo Salgado mais um arguido, o ministro do Ambiente recusou-se a abordar o caso em específico, mas lembrou a importância da transparência no trabalho político.
“Não irei falar de tal coisa. É evidente que quem está na coisa pública tem que estar acima de toda a suspeita. É esse o comportamento pelo qual eu me pauto, mas não vou fomentar caso algum”, defendeu o ministro do Ambiente.
O jornal online “Observador” avançou na quinta-feira que o antigo presidente do BES, Ricardo Salgado, será constituído como arguido numa investigação que diz respeito a benefícios de mais de 1,2 mil milhões de euros alegadamente concedidos à principal elétrica nacional por parte de Manuel Pinho, ex-ministro da Economia do Governo de José Sócrates.
Em causa estão pagamentos no valor de mais de um milhão de euros que terão sido realizados entre 18 de outubro de 2006 e 20 de junho 2012 a uma nova sociedade offshore de Manuel Pinho, a Tartaruga Foundation, com sede no Panamá, por parte da Espírito Santo (ES) Enterprises, outra offshore com sede nas Ilhas Virgens Britânicas (habitualmente designada como “saco azul” do GES).
Os procuradores consideram que as transferências foram realizadas por ordem de Ricardo Salgado para beneficiar o Banco Espírito Santo, o Grupo Espírito Santo e a EDP enquanto Manuel Pinho exerceu funções públicas no Governo de Sócrates.