Os mestres da Soflusa recusam-se a fazer horas extraordinárias e ameaçam voltar à greve depois da reunião de dia 28, com o Governo e Administração da Transtejo/Soflusa.
Num comunicado à imprensa, dirigido “a quem possa interessar” o Sindicato dos Transportes Fluviais e Costeiros, refere que os mestres se sentem ofendidos com a suspensão do prémio de chefia de 60 euros, acordado com o secretário de Estado Adjunto e da Mobilidade, José Mendes, no dia 31 de maio e que, na altura, levou à desconvocação de todas as greves.
A atribuição do prémio, válido apenas para os mestres, agravou o descontentamento dos outros profissionais da empresa fluvial, nomeadamente dos maquinistas e marinheiros. Foi anunciada uma greve convocada pelo SITEMAQ – Sindicato de Trabalhadores da Marinha Mercante – e o Governo chamou todas as organizações sindicais representantes dos trabalhadores da Soflusa para uma reunião no dia 11. Nesse encontro José Mendes anunciou para dia 28 o início da negociação da revisão do Acordo de Empresa para 2020, assim como a conclusão do Regulamento de Carreiras. Mas também a suspensão do aumento do prémio para os mestres, por – afinal - não ter enquadramento legal no Acordo de Empresa em vigor.
No comunicado agora distribuído, os mestres dizem-se “ofendidos, revoltados e magoados na sua honra com a falta de respeito do secretário de Estado e do Conselho de Administração”. E lembram que desde a suspensão da greve e até 18 de junho já tinham sido efetuadas 344 horas extraordinárias, ou seja, 43 dias de trabalho, envolvendo todos em 17 dias de trabalho sem descanso, “depois da empresa ter sido advertida sobre a situação que estava a criar na operação com esta atitude”.
Por isso, no comunicado assinado pelo Sindicato dos Fluviais e Costeiros e pela Comissão de Mestres é afirmado que “até que seja reposto o previamente acordado, os mestres vão manter a recusa ao trabalho extraordinário e não descartam outras formas de luta depois da reunião de dia 28”. E lembram o lema do Primeiro Ministro: “Palavra dada, é palavra honrada”.
A recusa de trabalho extraordinário realizado pelos mestres – e agora confirmada no comunicado – é uma das razões para a nova vaga de supressões de carreiras fluviais entre o Barreiro e Lisboa e que se regista – em crescendo - desde o início da semana.
No site da Soflusa,a empresa informa que estão "sujeitos a confirmação" as seguintes ligações fluviais, para o dia 21 de junho:
Barreiro > Terreiro do Paço: 16h40 | 17h35 | 18h25 | 19h15 | 20h10 | 22h | 23h | 23h30
Terreiro do Paço > Barreiro: 17h05 | 18h | 18h50 | 19h40 | 20h35 | 22h30 | 23h30
Já para sábado, dia 22 de junho, estão também por confirmar as seguintes ligações:
Barreiro > Terreiro do Paço: 0h05 | 0h30 | 1h30
Terreiro do Paço > Barreiro: 0h | 0h30 | 1h | 2h
A empresa justifica a necessidade confirmação das ligação por estar "em curso o processo de formação de novos Mestres".
[notícia atualizada às 13h33]