O arcebispo de Kinshasa, cardeal Ambongo Besungu, diz que a presença do Papa Francisco na República Democrática do Congo chamou a atenção da comunidade internacional para a violência que se vive no país.
“A visita do Papa chamou a atenção da comunidade internacional para o que o próprio Papa chamou de genocídio silencioso, um genocídio do qual ninguém quer falar. É como que um choque que acordou as pessoas”, disse o cardeal Ambongo Besungu, para quem, após as denúncias de Francisco, a comunidade internacional tem de mudar de comportamento.
Numa primeira avaliação à presença do Papa no país, o prelado, que é, também, presidente da conferência episcopal congolesa, lembrou algumas expressões do Papa, como “tire as mãos deste país", apontando à corrupção.
"O Congo não é a caverna de Ali Baba onde as pessoas vêm para pegar o que quer. Retire as suas mãos cheias de sangue”, disse também Francisco.
"A comunidade internacional não pode continuar a comportar-se como até aqui, porque o povo ouviu a sua mensagem. E as pessoas não vão continuar a ser tratadas da mesma maneira."
Nestas declarações aos jornalistas presentes no voo papal, o arcebispo de Kinshasa defendeu ainda que a mensagem do Papa também deve ter sido recebida por Félix Tshisekedi, o Presidente da RD do Congo. ”Espero que a mensagem tenha sido recebida pelo Presidente porque a música improvisada no Estádio [Estádio dos Mártires, em Kinshasa] dizia 'Senhor Presidente, saiba que o seu mandato acabou'”.