O ministro da Ciência e do Ensino Superior, Fernando Alexandre, garantiu esta quarta-feira estar a trabalhar para encontrar soluções que respondam à precariedade dos trabalhadores científicos.
À chegada ao encontro Ciência 24, que decorre na Alfândega do Porto e que conta com investigadores, reitores e membros do Governo da área do Ensino Superior, Fernando Alexandre foi recebido por um protesto de cerca de 20 investigadores e bolseiros de quem recebeu um documento com várias reivindicações.
Em diálogo com João Cruz, um dos investigadores que se manifestava junto à Alfândega e que fez questão de entregar a Fernando Alexandre um panfleto sobre a precariedade na investigação científica e Ensino Superior, o governante garantiu estar a trabalhar para encontrar soluções.
“Estamos a trabalhar nisso”, assegurou Fernando Alexandre.
O protesto, que é organizado por um conjunto de associações e estruturas sindicais, visa acabar com a precarização dos investigadores - com bolsa, contrato a termo e outros vínculos laborais -, de docentes, dos gestores e comunicadores da ciência.
João Cruz, da Fenprof, explicou que o objetivo desta manifestação é "recordar que a ciência em Portugal está a ser feita em cima do trabalho de 4.000 pessoas, 3.500 com contrato a prazo, e, dentro destes, estão entre dois a três mil investigadores com contrato a prazo a terminar este ano e em 2025".
"Não é aceitável ter os volumes de dívidas que temos"
Fernando Alexandre acusou a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) de estar a bloquear o funcionamento das instituições de ensino superior.
Em causa estão as dividas às universidades e politécnicos que põem em causa a autonomia destas instituições.
Fernando Alexandre diz que isso não é aceitável e pede mais previsibilidade nos pagamentos.
"A Fundação para a Ciência e Tecnologia tem de ser mais previsível nos prazos de abertura de concursos, na publicação de resultados e no pagamento das instituições do sistema científico e tecnológico", atirou o ministro da Ciência. "Temos que perceber que não é aceitável ter os volumes de dívida que nós temos".
"Se o dinheiro não chegar às instituições, nós não executamos. Os projetos ficam aquém dos objetivos", disse.
Fernando Alexandre refere ser necessário "melhorar a execução", uma vez que estão em causa "dezenas de milhões de euros de atrasos de pagamentos que colocam mesmo em causa a execução dos projetos".
A Renascença tentou obter uma resposta da presidente da FCT a estas críticas do ministro, mas fonte da instituição diz que, por agora, não há esclarecimentos.
[notícia atualizada às 15h42]