A Pastoral Nacional dos Ciganos alerta para a marginalização da população cigana, em alguns locais, especialmente no acesso à educação, saúde e habitação.
Na nota publicada a propósito do Dia Nacional do Cigano que se celebra a 24 de junho, o organismo da Conferência Episcopal Portuguesa, esclarece que “muitas vezes, essa marginalização é alimentada pela falta de conhecimento sobre a cultura cigana, as suas particularidades e seu modo de vida”.
“Este dia, em Portugal, pode servir para reverter esta situação de afastamento e desconhecimento, celebrando com as comunidades ciganas as suas tradições e alertando para as suas dificuldades no acesso a diversos serviços públicos, o que as torna mais vulneráveis à exclusão social”, defende.
No entender da Pastoral dos Ciganos, “a educação, a habitação e a saúde são pilares fundamentais na erradicação de preconceitos, racismo e xenofobia”, propondo-se “promover uma convivência saudável onde diferentes culturas e tradições possam coexistir em diálogo e integração, sem isolamento ou desrespeito pelos direitos e dignidade de cada um”.
Na mensagem, o organismo, presidido por Hélder Afonso, recorda o apelo lançado pelo Papa no Encontro com os participantes da Peregrinação do Povo Cigano, em 26 de outubro de 2015, em Roma, em que Francisco os desafiou a serem os protagonistas do presente e do futuro e a contribuírem para o bem-estar e o progresso da sociedade.
“Estas palavras são um encorajamento à comunidade cigana, destacando a importância de construir uma nova história baseada na erradicação de preconceitos e na edificação de uma sociedade mais justa e misericordiosa, muitas vezes contaminada por discursos fáceis de ódio e xenofobia”, assinala.
A Pastoral Nacional dos Ciganos faz votos de que “as crianças e os jovens ciganos possam ser um precioso tesouro, capazes de despertar consciências e construir pontes nas periferias humanas, seguindo o exemplo do Beato Zeferino Giménez Malla, cigano de virtudes cristãs, humildade, honestidade e devoção a Nossa Senhora, sendo um modelo a seguir”.
“No Dia Nacional do Cigano, que a Igreja em Portugal se proponha caminhar para a comunhão com as populações ciganas portuguesas. Que estas, sentindo-se compreendidas e acolhidas pela Igreja Católica, colaborem na superação da distância que infelizmente ainda separa muitas delas de uma vida digna e plenamente participada na cidadania cigana e portuguesa”, conclui a mensagem.