O antigo ministro dos Estrangeiros Rui Machete classifica como "um momento verdadeiramente histórico" a visita de Barack Obama a Cuba, anunciada esta quinta-feira.
"Durante muitos anos, os cubanos em Miami tinham-se oposto a qualquer tipo de conversas e de relações diplomáticas entre os Estados Unidos e Cuba. Finalmente, com uma intervenção extremamente importante da Santa Sé, isso deu-se e começamos a assistir, agora, à concretização dessas relações", diz Machete, em entrevista à Renascença.
Para Machete, que foi também, durante vários anos, presidente da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD), esta visita constitui o último acto de um processo "para que Cuba se abra ao Mundo e o mundo se abra a Cuba", de acordo com o desejo formulado por João Paulo II, na visita que fez ao país, em 1998, e que seria, posteriormente, reforçado, tanto por Bento XVI como pelo Papa Francisco.
"É natural que seja essa a consequência visto que, até agora, Cuba tinha vivido num 'gueto', mesmo depois da 'perestroika', da abertura Rússia ao mundo. Cuba continuou fechada e persistentemente, dentro de uma politica de isolacionismo", remata Rui Machete.