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Mais de metade das crianças da União Europeia entre os 10 e os 17 anos ainda não têm a vacinação completa contra a Covid-19, divulgou o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC) nesta terça-feira, admitindo doses de reforço para estas idades.
Num relatório agora publicado sobre a vacinação contra o SARS-CoC-2, cerca de seis meses após o início da administração de vacinas aos adolescentes na União Europeia e Espaço Económico Europeu (UE/EEE), o ECDC aponta que “mais de metade dos adolescentes dos 10 aos 17 anos de idade ainda não completaram a vacinação primária” de vacinação, embora exista “um nível muito elevado de proteção contra infeções, doenças sintomáticas e doenças graves” nesta faixa etária.
“As taxas de notificação de SARS-CoV-2 de doença sintomática em crianças de 12 a 17 anos aumentaram constantemente desde julho de 2021, refletindo amplamente o aumento da taxa de notificação observada em todas as faixas etárias durante as ondas dominadas pelas variantes Delta e Ómicron”, indica o documento.
“No entanto, observou-se recentemente uma diminuição nas taxas de notificação. O risco bruto de hospitalização, admissão nas UCI e morte permanece muito baixo para jovens de 12 a 17 anos”, acrescenta.
O organismo europeu revela também que, até ao final de janeiro, “a utilização mediana da vacinação primária entre adolescentes com idades compreendidas entre os 15 e os 17 anos foi de 70,9% – com um intervalo de 17,9% a 92,6% conforme os países – e entre os 10 e os 14 anos de idade foi de 34,8% – com um intervalo de 3% a 63,8% – com ampla heterogeneidade entre os países”.
A vacinação contra a Covid-19 de adolescentes arrancou no verão de 2021 na UE/EEE, cerca de seis meses após a introdução das vacinas para a população adulta.
De momento, todos os países da UE/EEE recomendam a vacinação contra a Covid-19 de adolescentes entre os 12 e os 17 anos de idade e, destes, 10 países também recomendam uma dose de reforço para menores de 18 anos.
Reforço em análise, mas ainda poucas evidências
Na UE, a dose de reforço está autorizada apenas para a população adulta, mas a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) já divulgou estar a avaliar um pedido do consórcio farmacêutico Pfizer/BioNTech para dose de reforço a adolescentes dos 16 aos 17 anos, prevendo solicitação semelhante para idades entre os 12 e os 15 anos.
Segundo a EMA, o seu Comité dos Medicamentos de Uso Humano irá analisar estes dados "de forma célere com o objetivo de chegar a uma opinião o mais rapidamente possível".
No relatório desta terça-feira, o ECDC afirma que existem “evidências limitadas” sobre a diminuição da imunidade após a vacinação dos adolescentes. “Os dados disponíveis sugerem uma diminuição da eficácia da vacina contra a infeção sintomática cinco a seis meses após a conclusão da vacinação primária, no entanto, nenhuma evidência de diminuição da imunidade contra a doença grave está atualmente disponível”.
No mesmo sentido vai a análise sobre uma eventual dose de reforço: “existem dados limitados sobre benefícios e riscos de uma dose de reforço administrada a adolescentes. Os resultados preliminares sugerem um aumento da eficácia da vacina contra a infeção documentada por SARS-CoV-2 em adolescentes que receberam um reforço em comparação com adolescentes que completaram recentemente o curso de vacinação primária. No entanto, ainda não há dados disponíveis sobre a duração da proteção de uma dose de reforço e sobre a eficácia adicional contra doença grave de uma dose de reforço em adolescentes”.
Aos países que estejam a considerar avançar para este reforço, o ECDC aconselha que considerem “a situação epidemiológica, as prioridades e objetivos nacionais da campanha de vacinação anticovid-19, a administração da vacina e de doses adicionais em grupos prioritários e na população em geral, bem como a equidade e o fornecimento” do fármaco.
"Nesta fase, deve ainda ser dada prioridade à conclusão das séries primárias na população elegível [adulta] e à administração de doses de reforço aos grupos prioritários, antes de se considerar dar doses de reforço a adolescentes com idades entre os 12 e os 17 anos sem condições subjacentes", sustenta o ECDC, aludindo à análise que está a ser feita pela EMA.