Sem nunca pronunciar a palavra "Tancos" ou conjugar o verbo "furtar", o ministro da Defesa garantiu, esta terça-feira, que as Forças Armadas podem contar com a sua confiança e "a dos portugueses".
"Estou ciente da dureza que os últimos meses têm sido para esta instituição. A nossa confiança mantém-se plenamente nas Forças Armadas", afirmou João Gomes Cravinho na abertura do ano académico 2018/2019 do Instituto da Defesa Nacional (IDN), em Lisboa.
Como exemplo, o ministro deu o "apreço dos portugueses" na cerimónia do centenário do armistício, no domingo, que incluiu um desfile militar. Nessa ocasião, o Presidente da República e comandante supremo das Forças Armadas afirmou que não será tolerado o uso da instituição militar para "jogos de poder" – palavras que João Gomes Cravinho preferiu não comentar esta manhã.
Durante quase 20 minutos, o ministro da Defesa falou sobre as missões das Forças Armadas em Portugal e no mundo e insistiu que "são hoje tão essenciais como em qualquer momento do passado". Chamou-lhes mesmo o "esteio da soberania nacional e da democracia em Portugal".
Após a posse como ministro da Defesa Nacional, após a saída de Azeredo Lopes, João Gomes Cravinho afirmou, em 29 de outubro, que está a trabalhar com o Chefe do Estado-Maior do Exército na identificação do que "correu mal" no caso de Tancos e espera apresentar "em breve" o resultado dessa avaliação.
"O caso de Tancos é evidente que representa uma situação que correu mal, que está a ser corrigida e eu estou a trabalhar com o CEME na identificação daquilo que correu mal e na assunção de todas as lições que se podem aprender desse caso", declarou.
O furto de material militar dos paióis de Tancos foi divulgado pelo Exército a 29 de junho de 2017.