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A Igreja “tem que mostrar aquilo que realmente são os seus valores e mensagem”, de acordo com o antigo embaixador de Portugal na Santa Sé. António Almeida Ribeiro esteve presente no encontro com o Papa no Centro Cultural de Belém (CCB), na manhã de quarta-feira, que diz ter “reforçado a impressão que já tinha”.
Em declarações à Renascença, o ex-diplomata considera que é tempo de a Igreja Católica mostrar os valores e a mensagem que derivam do Evangelho, o que vai obrigar “todos os cristãos e católicos” a “saírem para fora, a irem para o terreno”, algo que Francisco tem referido como “fundamental” deste o início do pontificado.
“O Papa pede para sair de dentro para fora, para sair da zona de conforto”, sublinha Almeida Ribeiro, para quem esta mensagem de Francisco é “muito clara”.
No CCB, o discurso do Papa “falou dos problemas do mundo de hoje e apontou a importância da juventude como sendo a geração do futuro”, explica, ao mesmo tempo que mostrou como é “próximo e amigo de Portugal”.
O antigo embaixador, agora secretário-geral adjunto do Centro Internacional para o Diálogo (KAICIID), afirma que se deve contar com os jovens “para que o mundo melhore, para que a paz se possa consolidar, para que as desigualdades se diminuam”.
Da parte da tarde, numa oração de vésperas no Mosteiro dos Jerónimos, o Papa usou “textos antigos e bíblicos” para transpor, “com muita elegância e muita inteligência”, para os problemas da atualidade - apontando, ao mesmo tempo, “caminhos para a sua superação”.
Questionado acerca da falta de referências nos dois discursos que Francisco fez no primeiro dia em Portugal, Almeida Ribeiro desvalorizou, e apontou ao encontro de alunos dos cursos de formação do KAICIID com o Papa como uma oportunidade para abordar um assunto a que o Santo Padre “tem atribuído uma grande relevância”.
“A mensagem da Igreja Católica é de que é fundamental que as várias religiões dialoguem entre si, os vários fiéis das várias confissões religiosas se entendam, encontrem aquilo de que comum os une, muito mais do que as diferenças que os separam”, ressalta o embaixador de Portugal na Santa Sé entre 2012 e 2017.