O Santuário de Fátima vai enviar para a Diocese de Pemba, em Moçambique, o fruto dos ofertórios das missas de Natal e Ano Novo, num total de 13. 397 euros.
A verba, assinala o Santuário, “significativa, atendendo às limitações de participação impostas aos peregrinos”, nomeadamente no Ano Novo, com recolher obrigatório às 13h00 e proibição de circulação entre concelhos, será “transferida de imediato para a conta da Diocese, conforme foi comunicado já ao bispo de Pemba, D. Luiz Lisboa, pelo reitor do Santuário de Fátima”.
“É um bom resultado, que manifesta a generosidade dos peregrinos, mas é também consequência de todas as limitações que impossibilitaram os peregrinos de participar nas celebrações de Fátima”, afirma, em comunicado, o padre Carlos Cabecinhas.
O reitor do Santuário de Fátima não coloca de parte outras ajudas que a instituição possa vir a canalizar para aquela zona de Moçambique, fortemente fustigada pela violência de grupos fundamentalistas islâmicos contra as populações locais.
“Vamos ficar atentos à situação que ali se vive, nomeadamente com um olhar especial para estas comunidades que estão sujeitas a tanta violência, e recorreremos a outras ajudas, se elas se tornarem necessárias, nomeadamente, através da Cáritas de Moçambique”, indica o padre Carlos Cabecinhas.
A diocese de Pemba abrange o território de Cabo Delgado, onde, ao longo dos últimos anos se tem verificado atividade terrorista, de natureza jihadista, e que se tem agravado substancialmente ao longo dos últimos meses.
Centenas de pessoas já morreram e milhares estão deslocadas devido à ação de um grupo fundamentalista islâmico do qual pouco se sabe ao certo, mas que terá ligações ao autoproclamado Estado Islâmico.
A violência está a provocar uma crise humanitária com mais de 2.400 mortes e 560 mil pessoas deslocadas, sem habitação, nem alimentos, concentrando-se sobretudo na capital provincial, Pemba.