Numa intervenção que levantou o congresso e pôs a sala ao rubro, Carlos Moedas puxou dos galões, deu o seu próprio exemplo de vitória nas autárquicas para aconselhar a direção de Rui Rio a aprender as lições que tirou dessa campanha: "só ganhámos Lisboa porque estávamos unidos".
O autarca da capital pediu ainda que "a partir deste congresso não há apoiantes de Rui Rio ou de Paulo Rangel, os que ganharam ou não ganharam, a partir deste congresso somos todos PSD, somos todos importantes, somos todos indispensáveis", levantando pela primeira vez uma sala bem composta.
Moedas apresentou-se em Santa Maria da Feira para "prestar contas", manifestou uma "gigantesca gratidão ao PSD", garantindo que "nunca" esquecerá o que o partido lhe deu, não falando nunca do que poderá ser o seu futuro no partido e sobretudo tendo o cuidado de não ferir suscetibilidades.
Quis ter cortesia em relação a Rio, dizendo que a "confiança está em nos unirmos" e que deve "essa confiança" ao líder do partido, atirando um "obrigado Presidente", para logo a seguir atirar um "obrigado Paulo Rangel pela amizade".
Ao partido, leia-se a Rio e à direção nacional, Carlos Moedas aconselhou que a união no partido é importante, mas "não é suficiente", que é preciso ter "esse inconformismo moderado que é o nosso e conseguir vencer sem os extremos, construir sem destruir", ou seja, sem aproximações ao Chega no pós-eleições legislativas de janeiro.
Moedas ainda a aconselhar Rio a "ser humilde na nossa liderança" e a "tirar da ideologia aquilo que é bom, mostrar às pessoas que elas contam", acrescentando que o líder do PSD "não está sozinho, temos um partido inteiro atrás de si", acabando a gritar uma pergunta aos congressistas: "Estamos prontos ou não estamos prontos?", ao que a plateia respondeu que "sim", levantando mais uma vez o congresso, que até agora se manteve bastante morno.