O Papa determinou que todos os católicos se vão poder confessar de forma válida, durante o Jubileu da Misericórdia, a sacerdotes Fraternidade Sacerdotal São Pio X, fundada por D. Marcel Lefèbvre.
Francisco explica, em carta divulgada esta terça-feira pela Santa Sé, que o Ano Santo Extraordinário (Dezembro 2015 - Novembro 2016) quer incluir os fiéis que “por diversos motivos, sentem o desejo de frequentar as igrejas oficiadas pelos sacerdotes da Fraternidade São Pio X”.
“Movido pela exigência de corresponder ao bem destes fiéis, estabeleço por minha própria vontade que quantos, durante o Ano Santo da Misericórdia, se aproximarem para celebrar o Sacramento da Reconciliação junto dos sacerdotes da Fraternidade São Pio X, recebam validamente e licitamente a absolvição dos seus pecados”, assinala.
“Este Ano Jubilar da Misericórdia não exclui ninguém. De diversas partes, alguns irmãos bispos referiram-me acerca da sua boa fé e prática sacramental, porém unida à dificuldade de viver uma condição pastoralmente árdua”, acrescenta.
Em Março de 2009, Bento XVI enviou uma carta aos bispos de todo o mundo, para explicar a remissão das excomunhões de quatro bispos da Fraternidade São Pio X que tinham sido ordenados pelo arcebispo Lefèbvre, sem mandato pontifício, no ano de 1988.
Na altura, o agora Papa emérito escreveu que "enquanto a Fraternidade não tiver uma posição canónica na Igreja, também os seus ministros não exercem ministérios legítimos na Igreja”.
O Papa Francisco deixa votos de que seja possível “encontrar soluções para recuperar a plena comunhão com os sacerdotes e os superiores da Fraternidade” no futuro próximo.
Em Junho de 2012, a Santa Sé revelou que tinha proposto a criação de uma prelatura pessoal para a Fraternidade Sacerdotal, que esta viria a recusar.
Entre as questões que separam as duas partes destacam-se a aceitação do Concílio Vaticano II (1962-1965) e do magistério pós-conciliar dos Papas em matérias como as celebrações litúrgicas, o ecumenismo ou a liberdade religiosa.