A Associação Académica de Coimbra (AAC) atribuiu esta segunda-feira o estatuto de associado honorário ao poeta e polítco Manuel Alegre, pelo seu papel na cultura da academia coimbrã e pelo seu papel na resistência ao Estado Novo.
A proposta da Direção-Geral da AAC foi aprovada com 231 votos a favor, 22 abstenções e zero votos contra, em assembleia magna convocada para o efeito (os estatutos da Associação assim o determinam).
Na proposta apresentada em Magna, João Assunção realçou a importância de Manuel Alegre na cultura coimbrã (vários dos seus poemas ganharam vida em canções do Fado de Coimbra, como "A Trova do Vento que Passa"), mas também pelo seu papel na resistência contra o Estado Novo e na consolidação da democracia em Portugal.
"É uma figura maior da cultura coimbrã, foi um pilar fundamental da música de Coimbra, foi atleta da AAC e foi um líder na resistência à ditadura. Será um digníssimo representante da instituição", vincou.
De acordo com o dirigente estudantil, a atribuição do estatuto surgiu depois de a AAC ter instituído o Prémio Literário Manuel Alegre, para o qual o escritor foi convidado a participar e que aceitou "com toda a honra".
"Num diálogo privado, disse-lhe que já era "honoris causa" de tantas instituições, era Prémio Pessoa e que só lhe faltava mesmo o "honoris causa" da Universidade de Coimbra, a sua "alma mater". E Manuel Alegre, humilde, disse que mais importante que isso era o prémio literário e estar associado à história da Academia de Coimbra", realçou João Assunção.