Ao seu estilo, Carlos César a despedir-se de Catarina Martins dando uma no cravo e outra na ferradura. O presidente do PS, em nota enviada à Renascença, a a referir que o "papel muito relevante" que teve entre 2015 e 2019, durante a Geringonça, mas a registar que a dirigente bloquista se afastou e, e ao Bloco de Esquerda (BE) "desse impulso inicial fundamental".
César, um dos conselheiros mais próximos do Primeiro-ministro, salienta que "cabe a cada líder tomar" a decisão de não se recandidatar à liderança partidária, falando de Catarina Martins como uma "pessoa que marcou intensamente o partido".
Na nota, o dirigente socialista diz ainda que "será natural" que a sucessão de Catarina Martins "ocorra com preocupação e cuidado", recusando estender-se nos comentários sobre uma "matéria que só ao BE compete".
Sobre o papel que a coordenadora do BE "teve, no processo negocial de viabilização parlamentar do anterior governo, um papel muito relevante", assumindo que Catarina Martins "deixa esse legado na esquerda portuguesa".
A partir de 2019 não foi possível manter a solução que ficou conhecida como "Geringonça", e César acusa esse toque referindo que "não obstante" o tal "papel muito relevante", Catarina Martins e o BE afastaram-se "desse impulso inicial fundamental".
César admite que a ainda coordenadora do BE, que não se recandidata à liderança na Convenção marcada para maio, "continuará, certamente, a manter a sua participação cívica em geral e política em especial”.