O primeiro-ministro António Costa considera que as contas certas são “um bem inestimável que em caso algum deve ser colocado em risco”.
Na qualidade de líder do PS, Costa apresentou a proposta de Orçamento do Estado para 2022 aos militantes da Juventude Socialista, em Lisboa, já depois de ter reunido com o Bloco de Esquerda e com o PCP que, até agora, mantêm a intenção de votarem contra a proposta orçamental.
Para António Costa, melhorar os serviços públicos e apostar no investimento não pode ser sinónimo de um sacrifício das contas.
“Tivemos um excedente orçamental logo em 2019, porque em 2020 tivemos mesmo o maior défice de sempre, e fomos capazes de resistir a esta situação, investindo mais no Serviço Nacional de Saúde, respondendo a todas as necessidades que o país teve de enfrentar e mantendo a nossa credibilidade internacional, porque, felizmente, tínhamos tido o cuidado de melhorar os rendimentos, melhorámos o investimento, melhorámos os serviços públicos, tendo contas certas”, sublinhou Costa.
Aliás, para o primeiro-ministro e líder socialista, ter contas certas “é a chave para manter as taxas de juro baixas, a confiança e credibilidade internacional no nosso país… um bem inestimável que em circunstância alguma podemos perder ou pôr em risco porque isso significa mesmo sacrificar o nosso futuro”.
Com o Orçamento do Estado do próximo ano ainda sem aprovação garantida, no quadro das posições até aqui assumidas pelo Bloco de Esquerda e pelo PCP, Costa insiste na ideia de proposta do Governo responde às feridas da crise e às novas gerações e, por isso, diz, “merece ser aprovado na generalidade”, já a 27 de outubro e, posteriormente, “na votação final global”, a 25 de novembro, no Parlamento.
“Só há uma forma de apoiar com os olhos postos no futuro: é apoiar mesmo as novas gerações e as famílias que, tendo filhos, estão a criar as novas gerações do futuro. Também por isso este Orçamento é um bom Orçamento” e merece ser aprovado na generalidade e na votação final global.
O primeiro-ministro reúne-se, esta quarta-feira, com dirigentes do PEV e do PAN no âmbito das negociações do Orçamento do Estado para 2022, depois de reuniões com o PCP e BE com vista à viabilização da proposta orçamental.