O Serviço Nacional de saúde "terá muita dificuldade em cumprir a sua missão" caso não se aposte na valorização das carreiras dos seus profissionais.
Em declarações à Renascença, o presidente do IPO de Lisboa defende que "não há uma correta valorização da especialização que os profissionais de saúde precisam".
“A pandemia mostrou-nos que podemos ser mais ágeis nalguns processos. Mas, as decisões de fundo relativamente à valorização das carreiras e à valorização remuneratória dos profissionais são independentes da pandemia e já tardam. E sem elas o SNS terá muita dificuldade em cumprir a sua missão”, constata João Oliveira.
Por isso, alerta para a importância de “rever a forma como se consideram, dentro do Estado Português, os recursos humanos na saúde, porque de uma maneira geral não há correta valorização da especialização que os profissionais de saúde necessitam de ter”.
“Não há uma equilibrada progressão nas diferentes carreiras. Há demasiados anos de paragem das progressões e isto faz com que os profissionais não vejam o seu correto reconhecimento tanto em termos remuneratórios, como em termos de progressão, como em termos de equilíbrio entre as diferentes carreiras que têm diferentes funções dentro do serviço”, acrescenta.
João Oliveira recorda urgência de edifício de ambulatório
Nestas declarações à Renascença, no Dia Mundial de Luta Contra o Cancro, o presidente do IPO de Lisboa defende ser urgente a construção do edifício de ambulatório da unidade.
O responsável lamenta o facto de a empreitada ter desaparecido do Orçamento de Estado de 2022, que foi chumbado pela Assembleia da República, mas garante que “o Governo está ciente da necessidade” de construção do edifício.
“O Governo está ciente desta necessidade, nomeadamente, a partir do Ministério da Saúde. Não tenho dúvida de que todos os esforços foram e continuam a ser feitos para que esta grande premência que temos, de um edifício de ambulatório, que nos dias de hoje é uma instalação indispensável para a maneira como se tratam os doentes com cancro”, afirma.
O presidente do IPO de Lisboa sublinha ainda que, da parte do Governo, existe “urgência de se proceder à construção deste edifício por tudo o que isso representa de facilitação e de racionalização de todo o trabalho dentro das nossas instalações atuais”.
Questionado sobre se terá sido engano ou esquecimento a construção do edifício de ambulatório não constar do OE 2022, João Oliveira diz desconhecer o que “estava dentro das prioridades de quem construiu o Orçamento”.