Veja aqui os principais acontecimentos:
- O Grupo Wagner já controla as instalações militares e o aeródromo de Rostov, mas garantiram que os aviões militares envolvidos na invasão da Ucrânia estão a descolar normalmente.
- Em vídeos publicados nas redes sociais na madrugada de sábado, Yevgeny Prigozhin afirmou que estava no quartel-general do Distrito Militar do Sul (SMD), em Rostov, e exigiu que o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, e o general Valery Gerasimov, o mais alto responsável da Rússia, se deslocassem à cidade, mil quilómetros a sul de Moscovo.
- O governador de Rostov, Vasily Golubev, divulgaou uma mensagem no Telegram a pedir aos habitantes da região que continuem ao lado do Presidente Putin.
- O Reino Unido diz que unidades do grupo de mercenários Wagner alcançaram Voronezh - a mais de 500 quilómetros de Moscovo e a meio caminho entre Rostov-on-Don e a capital russa, Moscovo.
- As instalações militares em Voronezh terão sido tomadas pelo grupo Wagner, segundo foi anunciaram através do Telegram e segundo fontes citadas pela BBC.
- A Rússia abriu um processo criminal contra Prigozhin e está a investigá-lo por incitar a uma "rebelião armada".
- Nas suas primeiras declarações públicas desde o apelo feito pelo líder do grupo de mercenários russos, sem nunca referir diretamente o grupo Wagner, Putin disse que os russos "têm de unir forças" perante o que considera uma "traição", uma "facada nas costas" e uma "aventura criminosa".
- Na cidade de Rostov-on-Don, cidade tomada pelo grupo Wagner, Vladimir Putin assume que a situação é "complicada", mas diz que o Governo já está a encetar ações para estabilizar a situação e pediu aos combatentes do grupo Wagner para deterem Prigozhin.
- O presidente russo afirmou ainda que todos os que peguem em armas contra os militares russos serão punidos.
- Vladimir Putin falou com o seu aliado bielorrusso, o presidente Alexander Lukashenko, segundo a AFP.
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Segundo o porta-voz de Putin, Dmitry Peskov, o presidente russo também falou com o presidente do Cazaquistão, Kassym-Jomart Tokayev, e o presidente do Uzbequistão, Shavkat Mirziyoyev.
- Em Moscovo, as autoridades continuam sob alerta máximo e reforçaram a segurança com operações antiterroristas, perante as ameaça do chefe do grupo de mercenários Wagner. Esta medida reforça os poderes dos serviços de segurança e permite-lhes restringir os movimentos e suspender temporariamente os serviços de comunicação.
- Os Estados Unidos, a Comissão Europeia e a NATO já reagiram e garantem estar a acompanhar o desenrolar da situação.
- O Presidente da Ucrânia já reagiu à situação. Volodymyr Zelensky disse que "quem escolhe o caminho do mal autodestrói-se" e destacou que o desenrolar dos acontecimentos no país vizinho, que invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022, demonstra que "a fraqueza da Rússia é óbvia".
- Perto das 12h (hora de Lisboa), era noticiado um enorme incêndio num depósito petrolífero em Voronezh, com o governador regional, Aleksandr Gusev, a indicar que 100 bombeiros estavam a essa hora mobilizados no combate às chamas.
- A agência Reuters avança que uma coluna militar do grupo Wagner foi atingida por helicópteros russos numa autoestrada junto a Voronezh.
- Segundo o Der Spiegel, estão esgotados os voos de Moscovo para destinos como Tbilisi, na Georgia, Astana, no Cazaquistão ou Istanbul, na Turquia.
- O líder checheno Ramzan Kadyrov classificou o "motim" do grupo Wagner como uma traição e disse que os comandos chechenos estão a caminho das zonas de tensão.
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Putin assinou no sábado uma lei que permite detenções de 30 dias por violação da lei marcial nos locais onde esta foi imposta, informou a agência noticiosa estatal RIA.
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Os meios de comunicação social russos afirmam foi encontrado dinheiro nas buscas realizadas ao escritório de Yevgeny Prigozhin em São Petersburgo - o dinheiro encontrado totaliza 4 mil milhões de rublos (cerca de 43 milhões de euros).
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O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, disse no Twitter que tinha falado com os ministros dos Negócios Estrangeiros do G7 e com o alto representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança para discutir a situação na Rússia. "Os Estados Unidos manter-se-ão em estreita coordenação com os seus aliados e parceiros à medida que a situação se for desenvolvendo", afirmou.
- O governador da região russa de Voronezh, Alexander Gusev, anunciou “medidas de combate” perante o avanço da Wagner, após este grupo paramilitar ter reivindicado a ocupação de Rostov, cidade-chave no sul da Rússia para guerra na Ucrânia.
- O Conselho de Segurança da Bielorrússia disse este sábado em comunicado que o país continua a ser um aliado da Rússia, reafirmando assim o seu apoio.
- O primeiro-ministro britânico afirmou que o Reino Unido está “a acompanhar de muito perto” a evolução da rebelião na Rússia e exortou as partes envolvidas na crise a serem “responsáveis e protegerem os civis”. Em declarações à BBC, Rishi Sunak aludiu à revolta iniciada na sexta-feira à noite pelo grupo liderado por Yevgeni Prigozhin, considerado pelo Ministério da Defesa do Reino Unido como “o desafio mais significativo” enfrentado pelo Kremlin nos últimos tempos.
- O Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, disse que apoia a forma como o Governo russo está a lidar com a rebelião armada do grupo Wagner, informou o Kremlin em comunicado.
- O opositor russo exilado Mikhail Khodorkovsky apelou este sábado ao apoio ao líder do grupo Wagner na sua rebelião contra o comando militar russo, alegando que o verdadeiro inimigo não está em Kiev, mas sim em Moscovo.
- O Governador da região russa de Lipetsk, Igor Artamonov, confirmou a entrada do grupo Wagner na região - a 340 quilómetros de Moscovo. “O grupo Wagner está a movimentar-se pelo território da região de Lipetsk”, afirmou na sua conta de Twitter.
- Os três estados bálticos – Estónia, Lituânia e Letónia – estão em contacto permanente entre si e com a Finlândia para acompanhar a evolução da situação na Rússia. O primeiro-ministro da Letónia, Krisjanis Karins, acrescentou que os países do Báltico estão “prontos a tomar medidas adicionais, se necessário, para proteger as fronteiras”.
- Autarca de Moscovo, Sergei Sobyanin, em comunicado apelou aos habitantes da capital que se abstenham de viajar pela cidade, na medida do possível, uma vez que foi declarada uma operação antiterrorista e que a situação é "difícil", refere a Reuters. No comunicado, divulgado no Telegram, Sobyanin afirma ainda que segunda-feira será um "dia não útil" para "minimizar os riscos".
- Foram cancelados todos os grandes eventos ao ar livre e em instituições educativas, na região de Moscovo, até dia 1 de julho. O anúncio foi feito pelo governador Andrei Vorobyov que esclareceu que a medida não se aplica à cidade.
- As autoridades da região de Moscovo estão a destruir estradas para abrandar a deslocação do grupo Wagner rumo à capital russa, avança a BBC.
- O presidente bielorusso, Alexander Lukashensko, afirma ter negociado com Prigozhin, “a paragem do movimento das pessoas armadas do grupo Wagner”. A informação está a ser avançada pelo gabinete do líder bielorusso.
- O líder do grupo Wagner aceitou parar o movimento das tropas em direção à capital russa. Yevgeny Prigozhin afirmou que ordenou a paragem das tropas para evitar um "banho de sangue russo".
Como se iniciou a rebelião?
O chefe do grupo paramilitar Wagner, Yevgeny Prigozhin, anunciou que o seu exército privado tinha abandonado a Ucrânia, cruzando a fronteira na região do Rostov, uma cidade russa, a sul do país, e um dos pontos principais da invasão à Ucrânia. Prigozhin disse estar disposto a “ir até ao fim”, após apelar a uma rebelião contra o comando militar do país, que acusou de atacar os seus combatentes, num ataque com mísseis.
"Neste momento, atravessámos todos os pontos de fronteira... Os guardas fronteiriços cumprimentaram-nos e abraçaram os nossos combatentes. Agora estamos a entrar em Rostov", afirmou. "Se alguém se meter no nosso caminho, destruiremos tudo... Vamos em frente, vamos até ao fim!".
O líder do grupo paramilitar Wagner disse ter 25 mil soldados às suas ordens e prontos para morrer, instando os russos a juntarem-se a estes numa “marcha pela justiça”.
"Chegámos aqui, queremos receber o chefe do Estado-Maior e Shoigu", disse Prigozhin num dos vídeos, sentado entre dois generais russos de alta patente. "Se eles não vierem, ficaremos aqui, bloquearemos a cidade de Rostov e iremos para Moscovo".
Prigozhyn reclamou o controlo militar da cidade de Rostov e os paramilitares seguem, agora, em direção a Moscovo pela autoestrada M4, tendo já anunciado que tomaram as instalações militares em Voronezh, que fica exatamente a meio caminho entre Rostov e Moscovo.
Em vários clipes de áudio que começaram a ser divulgados na sexta-feira, Prigozhin afirmou que um ataque com mísseis russos tinha matado muitos dos seus combatentes, prometendo, por isso, "vingar-se" e "acabar com o mal trazido pela liderança militar do país".
As acusações de Prigozhin expõem as profundas tensões dentro das forças de Moscovo em relação à ofensiva na Ucrânia.
O líder do grupo Wagner já tinha afirmado que o Exército russo está a recuar em vários setores do sul e leste da Ucrânia, Kherson e Zaporijia, respetivamente, e em Bakhmut, contrariando as afirmações de Moscovo de que a contraofensiva de Kiev era um fracasso.
Segundo a Defesa britânica, "ao longo das próximas horas, a lealdade das forças de segurança da Rússia, da Guarda Nacional Russa, será a chave para deslindar como é que esta crise vai desenrolar-se".
[Em atualização.]