O mau tempo já fez estragos no distrito de Viana do Castelo, que esteve em alerta vermelho, o mais grave, até às 9h00 desta quinta-feira de manhã, devido à previsão de chuva persistente e por vezes forte.
Como a Renascença adiantou esta manhã, confirma-se a possibilidade de inundações em zonas urbanas e a ocorrência de cheias.
O rio Vez, em Arcos de Valdevez, galgou as margens e inundou a zona histórica da Valeta, invadindo um estabelecimento comercial e o rés-do-chão de algumas habitações.
À Lusa, o comandante dos bombeiros voluntários de Arcos de Valdevez, Filipe Guimarães, adiantou que, além da freguesia da Valeta, o Vez submergiu os pontilhões - pequenas pontes - de Gondoriz e Rio de Moinhos, impedindo a circulação rodoviária.
Durante a noite, os bombeiros de Arcos de Valdevez, foram chamados a retirar uma viatura abandonada pelo condutor no pontilhão de Gondoriz.
"O condutor arriscou passar e foi travado pela água", explicou Filipe Guimarães.
O comandante adiantou que a ligação rodoviária entre Britelo, em Ponte da Barca, e Soajo e Ermelo, em Arcos de Valdevez, está cortada junto à antiga estação hidroelétrica devido a uma derrocada de grandes dimensões.
Filipe Guimarães acrescentou que entre as 23h00 de quarta-feira e as 8h00 desta quinta-feira, registaram-se 12 ocorrências.
Além das cheias, os bombeiros acorreram a situações de quedas de muros e árvores, entre outras.
No concelho de Viana do Castelo, fonte dos bombeiros sapadores adiantou que entre as 00h00 e as 8h00 foram contabilizadas sete ocorrências, entre elas, um deslizamento de terras junto à Estrada Nacional (EN) 13, perto da Escola Básica e Secundária de Monte da Ola, levantamento de tampas de saneamento que não aguentaram a pressão da água e quedas de árvores de médio porte.
Cheias cortam pontes em Ponte de Lima
A circulação rodoviária nas pontes de Estorãos e de Santa Marinha, em Ponte de Lima, foi cortada ao trânsito devido à subida das águas dos rios Estorãos e Labruja, disse o comandante dos bombeiros voluntários.
Segundo o comandante dos bombeiros voluntários de Ponte de Lima, Carlos Lima, a circulação rodoviária está cortada na ponte de Estorãos, inundada pelas águas do rio Estorãos, e o mesmo acontece na ponte de Santa Marinha, em Arcozelo, alagada pelo rio Labruja.
O comandante referiu também que a “subida rápida” do rio Lima, em Ponte de Lima, distrito de Viana do Castelo, submergiu duas viaturas estacionadas na zona do areal.
À Renascença, o vereador da proteção civil da câmara de Ponte de Lima, Carlos Lago, disse que o tempo é agora de monitorização, sobretudo junto aos caudais dos rios.
“Neste momento continua a chover intensamente. Conseguimos tirar as duas viaturas que não puderam ser tiradas por meios próprios. A intensidade da Chuva continua, mas está controlado”, diz, acrescentando que estão a acompanhar o evoluir da situação e que estão todos os meios no terreno.
“Risco de desmoronamento” no centro de Braga
O trânsito na Praça do Município em Braga foi, na manhã de hoje, parcialmente cortado devido ao “risco de desmoronamento de um edifício”, informou a autarquia.
Num comunicado, publicado na página oficial do município, a Câmara Municipal de Braga refere que o sentido de trânsito foi alterado naquela praça, “sendo que a entrada deve ser efetuada pela Rua de Santo António e a saída pelo acesso à Rua Frei Caetano Brandão”.
No local já se encontram os meios da Proteção Civil Municipal e PSP, assim como os meios próprios da empresa de construção de modo a avaliar a situação.
Mais de 230 ocorrências no Norte e Centro
A Proteção Civil registou, entre as 00h00 e as 11h30 desta quinta-feira 234, ocorrências relacionadas com o mau tempo nas regiões Norte e Centro, sem causar vítimas nem danos avultados.
Em declarações à agência Lusa, o comandante José Miranda, da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), adiantou que a resposta às ocorrências naquele período envolveu 808 operacionais.
“A maioria das ocorrências foi registada na Área Metropolitana do Porto, com 38, na Sub-Região de Viseu, Dão e Lafões, com 37, no Alto Minho, com 27, e na Sub-Região do Cávado, com 24”, adiantou.
De acordo com o comandante José Miranda, entre as ocorrências registadas, 128 dizem respeito a quedas de árvores, 11 a movimentos de massas, 19 a quedas de estruturas e 20 a limpezas de via.
“Até ao momento não há vítimas a registar, nem danos avultados”, disse.
[atualizado às 12h30]