Catarina Martins vai ser a cabeça de lista do Bloco de Esquerda (BE) nas eleições europeias, anunciou este sábado a coordenadora bloquista, Mariana Mortágua, no final de uma reunião da Mesa Nacional do partido.
"A Catarina Martins é uma das dirigentes da esquerda europeia com mais experiência e mais reconhecimento", afirmou Mariana Mortágua.
A coordenadora do BE justifica a escolha com o facto de Catarina Martins conhecer os problemas de Portugal, mas também "conhecer também como poucas o contexto europeu, o contexto político europeu, o funcionamento das instituições europeias, os diferentes representantes e protagonistas e partidos à escala europeia".
"É uma pessoa capaz de articular a esquerda e os partidos de esquerda à escala europeia. A Catarina Martins representa a candidatura mais forte que a esquerda pode apresentar nas eleições europeias e é por isso que será a cabeça de lista do Bloco de Esquerda nestas eleições", salientou Mariana Mortágua.
A coordenadora do BE destaca a importância das próximas eleições europeias "na luta contra a extrema-direita e a afirmação de um projeto alternativo para a esquerda".
As eleições europeias em Portugal estão marcadas para 9 de junho deste ano.
Catarina Martins, ex-líder do Bloco de Esquerda, é primeira cabeça de lista a ser anunciada.
Mariana Mortágua o nome de Catarina Martins no final de um reunião da Mesa Nacional do BE, que analisou também o resultado das eleições legislativas, em que o bloco conquistou mais votos, mas manteve os mesmos cinco deputados.
Explicações para a "viragem à direita" nas legislativas
Sobre as eleições 10 de março, a líder do Bloco admite que o partido "não cumpriu o objetivo maior e primeiro de afirmar uma alternativa com a esquerda em Portugal, uma alternativa à direita".
As legislativas marcaram "uma viragem à direita, com uma radicalização da AD e da Iniciativa Liberal que se notou no discurso da campanha eleitoral e com um crescimento muito preocupante da extrema-direita, que consegue muito mais mandatos e votos".
Mariana Mortágua apontou vários motivos para o crescimento da extrema-direita. "Sabemos que tem cada mais mais apoio das elites económicas, sabemos que são uma expressão internacional com efeitos em vários países, têm o apoio e fazem parte de uma estratégia de interesses geopolíticos variados com expressões em vários países, sabemos que têm o apoio e a mobilização de grupos religiosos importantes. Estas serão parte da explicação do crescimento da extrema-direita, não serão toda a explicação".
A coordenadora do BE também apontou a responsabilidade ao Governo de maioria socialista, liderado por António Costa. "Esta inegável viragem à direita é também o reflexo do desgaste da governação do PS e, em particular, da governação do PS em contexto de maioria absoluta nos últimos dois anos", sublinhou.
Mariana Mortágua promete agora uma "oposição determinada, corajosa e incansável" a um futuro Governo de direita.
À esquerda, recorda que convidou PS, PCP, Livre e PAN para reuniões, com o objetivo de ser uma "força dialogante" para procurar "convergências no campo da oposição" e para "termos uma manifestação histórica no 25 de Abril".