A Volta a Portugal arranca esta quarta-feira, com o prólogo em Lisboa a preceder a primeira etapa da prova rainha do ciclismo. Seguem-se dez etapas pelo país fora, desde o Alentejo à Serra da Estrela, passando pelo Minho e terminando em Trás-Os-Montes.
Com muitos a passarem as tardes de verão colados nos ecrãs, a ver os ciclistas pelos diferentes concelhos e regiões, a Volta a Portugal torna-se numa oportunidade para as autarquias tentarem promover o território.
Fafe faz parte do circuito desde 1963 e, na edição especial da Volta a Portugal que decorreu em setembro de 2020, recebeu o prólogo.
À Renascença, o vereador com o pelouro do Desporto da Câmara Municipal de Fafe explica que o município "é uma das cidades referência da Volta" e encara a Volta a Portugal como "um marco no verão fafense".
"É uma terra de ciclistas e há uma ligação da cidade muito grande à Volta a Portugal em bicicleta. Em termos de ciclismo competitivo de estrada, só temos um fafense convocado mas é uma terra que, ao longo do ano, tem algumas associações de ciclismo e de BTT que vão trabalhando diariamente nestas modalidades", acrescenta Pompeu Martins.
Explica que Fafe gasta cerca de 95 mil euros com a chegada da Volta a Portugal. Um valor que, para o executivo, é um investimento que vale a pena. "Este valor tem efetivamente agregado um investimento no âmbito da restauração, dos supermercados, que também aumentam as suas vendas; as pessoas consomem nos cafés enquanto esperam pela Volta, enquanto estão pela cidade. É sempre um dia em que há um volume de negócios na cidade bastante maior."
Mesmo numa cidade cuja passagem da Volta a Portugal seja mais rápida, o impacto económico pode ser sempre um balão de oxigénio para a economia local.
Palmela, no distrito de Setúbal, verá os ciclistas passar na primeira etapa da prova, que liga Torres Vedras a Setúbal. Luís Miguel Calha, vereador do desporto da cidade, constata que Palmela fica a uns curtos sete quilómetros de Setúbal e, por isso, a sua hotelaria acaba por beneficiar da Volta a Portugal.
"A Volta, enquanto um dos maiores acontecimentos desportivos nacionais, tem sempre um impacto positivo nos territórios. Há muitos visitantes, turistas, que se deslocam para acompanhar a volta e que não ficarão somente em Setúbal. Ficarão certamente no nosso concelho, estão alojados no nosso concelho e encaramos como mais um fator positivo para contribuir para a retoma turística", disse o autarca.
Mesmo com uma situação pandémica mais estável, Luís Calha admite que ainda exista um "grau de incerteza", mas acredita que "a passagem da Volta este ano terá um impacto maior este ano".
Televisão é bónus bem-vindo
A Volta a Portugal será, como sempre, transmitida na sua íntegra em sinal aberto. Será, como sempre, alvo de cobertura por parte de uma grande maioria dos órgãos de comunicação nacionais.
Em Palmela, o dinheiro gasto na Volta é "residual", segundo Luís Miguel Calha, mas a atenção mediática é um retorno muito bem-vindo e a televisão tem uma importância grande para a autarquia.
"O retorno deste investimento promocional que estamos a fazer vai ter um retorno muito grande, uma vez que a Volta é noticiada pelos principais órgãos de comunicação social nacionais e tem cobertura em direto dos canais televisivos" explica o autarca.
Os olhos da televisão pública a pairar, horas a fio, pelas diferentes regiões é também uma importante "promoção do território" para Pompeu Martins, de Fafe.
"É um momento que, através de tudo o que a Volta envolve, nomeadamente através da sua cobertura televisiva, que mostra a forma como também podemos comunicar para o país aquilo que é a dinâmica do próprio concelho, a dinâmica económica, desportiva, cultural, turística, etc.. É uma grande oportunidade para colocar Fafe em diálogo aberto para Portugal e para todos os sítios onde a Volta a Portugal tem transmissão", salienta o vereador do desporto do concelho minhoto.