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O ministro cessante das Finanças afirma que foi uma “enorme honra fazer” parte do Governo e ajudar Portugal. “São 1.664 dias como ministro das Finanças e contas certas”, disse Mário Centeno no final da reunião do Conselho de Ministros.
A declaração de Mário Centeno foi feita ao lado do primeiro-ministro, António Costa, e do futuro ministro das Finanças, João Leão.
“Vou aproveitar estes segundos para sinalizar aquilo que representa a minha presença, do primeiro-ministro e do ainda secretário de Estado do Orçamento e futuro ministro de Estado e das Finanças, João Leão, nesta sala”, enalteceu Mário Centeno, para reforçar as palavras do primeiro-ministro de uma sucessão tranquila.
No dia em que foi conhecido seu pedido de demissão, o ministro das Finanças cessante considera que foi uma “enorme honra responder a todos os desafios que desde o final de 2014 trilhámos em conjunto, desde a elaboração do Cenário Macroeconómico, que foi a base do programa do XXI Governo Constitucional, até toda a trajetória da recuperação da credibilidade da política económica e orçamental portuguesa que ficou marcada pela saída do procedimento de défice excessivo, com a eleição do ministro das Finanças português para a presidência do Eurogrupo, com tudo o que isso significa”.
Mário Centeno promete dar um abraço a António Costa quando a pandemia de Covid-19 passar, “numa altura sanitariamente mais conveniente”, e fala num “percurso partilhado”.
“Um Governo tem uma liderança e tem uma coesão que se reflete nos resultados que esse Governo obtém e é exatamente isso que eu hoje queria aqui partilhar”, sublinha.
Centeno diz que chega ao fim de um ciclo “longo para a história da democracia portuguesa, são 1.664 dias como ministro das Finanças, que acresce mais 900 dias em acumulação de cargo com a presidência do Eurogrupo”.
Deixou elogios ao futuro ministro João Leão, que era seu secretário de Estado do Orçamento, e acredita que as contas vão continuar a bater certo.
“Os números sempre fizeram parte deste trajeto, eles sempre estiveram certos e eu queria deixar aqui um testemunho e uma quase certeza – naquelas certezas que podemos ter – é que eles vão continuar a estar certos, porque o João Leão, com quem tive o enormíssimo prazer de trabalhar, é um fator de continuidade de um trajeto que Portugal merece, que Portugal tem de aproveitar e que nos trouxe até este ponto com a capacidade que temos hoje de responder a esta enorme crise e com o grau de preparação muito elevado com que estamos a fazê-lo”, salientou.
Minutos antes, o primeiro-ministro disse "compreender e respeitar" o pedido de Mário Centeno para deixar a pasta das Finanças e o Governo. “A vida é feita de ciclos e quero expressar publicamente que compreendo e respeito que o doutor Mário Centeno queira abrir um novo ciclo na sua vida", afirma António Costa.
A substituição de Mário Centeno por João Leão foi anunciada esta terça-feira através de uma nota da Presidência da República.