Cada vez são mais os que batem à Porta Solidária, no Porto. As dificuldades financeiras agravam-se e a falta de comida na mesa é uma realidade para muitas famílias.
Em 2021, a Porta Solidária apoiava a nível alimentar 29 crianças por dia, agora, em nove meses a média subiu e são 35.
O padre Rubens Marques faz as contas e diz que "os pedidos alimentares para crianças estão a aumentar e até agora já ajudamos com 8.334 refeições".
"No início do ano de 2022, felizmente diminuíram os pedidos de pessoas que procuravam alimentação", mas com o aumento da inflação, o responsável diz à Renascença que "a média diária de pedidos para jantar é de 320".
O padre conta que há um aumento de pessoas vindas da Índia e do Paquistão. A "maior dificuldade é a língua, enquanto cidadãos brasileiros conseguem arranjar emprego rapidamente, essas pessoas não".
Os voluntários são sempre bem-vindos e a "ajuda é preciosa", sublinha.
Com a subida dos preços, as doações diminuíram e as carências alimentares da Porta Solidária são muitas. "Neste momento precisamos de tudo, desde as batatas, ao atum, à marmelada, entre outros. Estamos com a despensa a ficar muito vazia", apela.
O padre Rubens Marques salienta que com a chegada do inverno "cobertores e sacos-cama são urgentes para apoiar as pessoas em situação sem-abrigo".
Esta semana, o presidente da AEP disse à Renascença que há várias empresas a distribuir cabazes alimentares aos trabalhadores.
A presidente da Cáritas Portuguesa, elogia as empresas por essas iniciativas e lembra ser "preciso, não só ajudar o exterior, mas olhar para as necessidades dos colaboradores dentro das empresas".
Em visita à Porta Solidária e à Caritas Diocesana do Porto, Rita Valadas elogia o trabalho desenvolvido em parceria com as paróquias de forma que todos os problemas sejam identificados e colmatados.