O vice-secretário-geral do partido Cidadãos considera que a reunião com PSOE e Podemos pôs em evidência "posições muito distantes", especialmente pela parte do Podemos, que quer "substituir" o acordo que a sua formação já tem com os socialistas.
"Desde o início que se viu que as posições eram distantes neste âmbito", disse José Manuel Villegas após as mais de duas horas de reunião entre as equipas negociadoras dos três partidos.
Para o responsável do partido de Albert Rivera, o Podemos de Pablo Iglesias manifestou na reunião que o acordo já assinado entre Cidadãos e PSOE "era insuficiente" e "estava na via morta", pelo que "havia de procurar novas alternativas".
"Puseram em cima da mesa um documento com 20 medidas que substituiria o acordo com 200 propostas que já tínhamos assinado. (...) E nós não podemos aceitar que o acordo com o PSOE e o Cidadãos seja colocado na via morta", realçou Villegas.
O mesmo responsável acrescentou que o Cidadãos acreditava que esta reunião serviria para que o Podemos se juntasse ao referido acordo, nomeadamente dando apoio "a futuro um governo reformista" encabeçado pelo socialista Pedro Sánchez.
"A ideia com que fomos para a reunião não era dar como morto o documento, mas sim ampliar a maioria", disse Villegas, acrescentando ter ficado com a ideia de que "num novo acordo [PSOE e Podemos] o Cidadãos não faria falta".
Ainda assim, Villegas agradeceu a "franqueza" do Podemos ao expor a suas posições e referiu que não ficou marcada nenhuma outra reunião a três sobre este assunto. Ainda assim, sublinhou que o Cidadãos vai analisar as propostas do Podemos e fará uma avaliação sobre as mesmas "nas próximas horas".
O PSOE, o Podemos e o Cidadãos reuniram-se, pela primeira vez a três, para tentar encontrar uma solução de Governo em Espanha, mas com as posições ainda afastadas quando lhes restam 25 dias para evitar novas eleições legislativas.
Os socialistas do PSOE, de Pedro Sánchez, (90 deputados) já têm um acordo com o Cidadãos de Albert Rivera (centro-direita, 40 deputados) e ambos pretendem que o Podemos de Pablo Iglesias (69 deputados) também assine um documento que lista 200 medidas políticas baseadas nos programas das duas formações.
Pedro Sánchez aceita que o Podemos viabilize a sua eleição como presidente do Governo numa futura votação de investidura (perdeu a primeira), mesmo que com uma abstenção, enquanto o Cidadãos exige que o Pablo Iglesias assine com o compromisso de votar "sim".
As eleições realizaram-se a 20 de Dezembro de 2015. O PP venceu, mas sem maioria e desde aí têm decorrido várias reuniões à procura de um entendimento maioritário.