O Centro de Conservação e Restauro da Diocese de Bragança-Miranda (CCR-DBM) assinala, esta quinta-feira, o seu 7.º aniversário.
Nasceu da vontade de assegurar uma resposta “transversal e pluridisciplinar”, para conservação e inventariação do património religioso e, ao longo dos sete anos de existência, já restaurou centenas de peças de arte sacra.
Localizado na vila de Sendim, em Miranda do Douro, o centro conta com uma equipa de técnicos especializados, com formação académica e experiência profissional na área, focando-se nas áreas de talha dourada e policromada, escultura em madeira policromada, pintura de cavalete e sobre tábua, pintura mural, azulejaria, entre outras.
Apesar das condicionantes derivadas da pandemia, o centro manteve as portas abertas e a equipa esteve sempre ativa.
Em Mirandela, nos primeiros meses de 2021, o centro fez intervenção no retábulo-mor da Capela do Santuário de Nossa Senhora do Amparo, uma obra que foi financiada pela autarquia e contemplou também uma intervenção em talha dourada e policromada.
Posteriormente, destaca-se a intervenção na pintura mural a fresco da Capela de Nossa Senhora do Areal, em Agrochão, no concelho de Vinhais. Esta pintura que se encontrava oculta por um retábulo foi posta novamente a descoberto e conservada.
Paralelamente a estas intervenções, o Centro de Conservação e Restauro procedeu à conservação do retábulo-mor da Capela de Nossa Senhora de Jerusalém de Sendim da Serra, no concelho de Alfandega da Fé.
Trata-se de um retábulo barroco do século XVIII, em talha dourada, que se prolongou por cinco meses.
“Seguimos com mais duas intervenções em retábulos, na Igreja de São Martinho da Ervedosa, Vinhais, e na Igreja de São Miguel de Agrobom, Alfândega da Fé”, conta a diretora do Centro de Conservação e Restauro, explicando que no que toca ao retábulo-mor da paróquia de Ervedosa, “a intervenção pautou, principalmente, pela devolução da autenticidade e originalidade do retábulo, que se encontrava desvirtuado por intervenções anteriores pouco adequadas, pelo que envolveu, além de outros, um tratamento intensivo de remoção de repinte e reposição da mesa de altar e sacrário ao local original”.
Já quanto ao retábulo-mor da paróquia de Agrobom, que se encontra em fase final de intervenção, Joana Afonso assinala trata-se de “um retábulo barroco do século XVIII, em talha dourada, no qual é de evidenciar o avançado estado de degradação, quer a nível estrutural, quer a nível de policromia, correndo o risco de dia após dia se perder”.
Atualmente, a equipa do CCR-DBM encontra-se a intervencionar uma pintura sobre tábua, que retrata a Última Ceia, pertencente ao espólio do Seminário Diocesano de São José, em Bragança.
A intervenção, segundo técnica, é “particularmente desafiante e meticulosa” devido a vários danos estruturais revelados.
“Durante os primeiros tratamentos foi percetível a existência de uma camada de repinte, que à data se encontra em processo de remoção de modo a deixar à vista a pintura original e que nos próximos meses estará terminada”, conclui.