Presidente da Federação de Judo diz estar a ser alvo de perseguição
17-10-2022 - 18:05
 • Rui Viegas

Jorge Fernandes diz que tudo começou numa reunião em que o dirigente garantiu que iria processar alguns atletas.

O presidente da Federação de Judo diz estar a ser alvo de perseguição por parte de alguns atletas, entre eles Telma Monteiro, no dia em que a judoca acusou a Federação de despedir a treinadora por e-mail.

Em declarações a Bola Branca, Jorge Fernandes reage às declarações de Telma Monteiro, que acusou o dirigente de despedir, através de um e-mail, a sua treinadora e selecionadora, Ana Hormigo, a um dia do Gran Slam de Abu Dahbi, de apuramento para os Jogos Olímpicos.

A atual polémica sucede-se à carta assinada no verão por sete atletas, na qual acusavam Jorge Fernandes de opressão, discriminação e ameaças, e falavam de clima tóxico.

Segundo Jorge Fernandes, tudo começou numa reunião em que o dirigente garantiu que iria processar alguns atletas.

"Quanto à primeira reunião com o grupo que assinou a carta, tudo está assim porque os atletas gravaram a reunião sem autorização. Erro meu que disse que os ia colocar em tribunal. A partir daí gerou-se tudo isto. Até esse dia era o maior, tudo bem com a Federação. Com todos. Tudo o que a Telma pedia, tinha. Desde aí passaram ao ataque e não me têm largado. Não param, porque não querem", começa por dizer.

O líder federativo considera-se perseguido e dirige-se directamente a Telma Monteiro, que conquistou uma medalha de bronze nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016.

"A Telma deveria estar mais preocupada com o treino, a competição e o exemplo que deveria passar aos mais novos. Assim, não está a ajudar. Lamento, até pela imagem da própria Telma Monteiro", atira.

Treinadora "sem condições para continuar"

Quando à saída de Arna Hormigo, Jorge Fernandes confirma-a, desvaloriza a forma e a rescisão até já estava pensada antes do Mundial.

"As declarações da Ana Hormigo causaram muito mal-estar dentro da Federação, desde atletas a dirigentes e treinadores, ao ponto de quase pedirem que ela saísse e não fosse ao Mundial. Foi, mas tivemos de tomar medidas depois. Pedimos à Hormigo para entrar em contacto com os advogados da federação para resolvermos a situação. Na nossa opinião e na dela também, porque tivemos uma conversa antes do Mundial, não havia condições para ela continuar. Não há aqui nada de novo", termina.